Clique aqui para ver a íntegra, em vídeo, da entrevista com Vanderlei Victorino e, abaixo, a transcrição completa.
Daniel – Boa tarde.
Vanderlei – Boa tarde, boa tarde a todos os seus telespectadores. É um prazer estar aqui novamente.
Daniel – Candidato, gostaria de começar falando de educação. O senhor quer criar escolas de formação em educação especial, isso está no seu plano de governo. O que é isso, candidato?
Vanderlei – É educação integral e educação inclusiva. Isso significa dar uma educação de qualidade para as pessoas. Nós estamos propondo a criação de quatro centros educacionais, tipo Ceu de São Paulo, para que a gente possa fazer esse trabalho de inclusão para educação especial e também para educação integral de toda a juventude, de todas as crianças.
Daniel – Então seria uma escola de tempo integral? Não é uma formação para os professores, e sim uma escola integral para os alunos?
Vanderlei – Não, são duas coisas. Tem também a formação para os professores. Para os professores, nós temos vários professores, vários profissionais da área da educação que são doutores, mestres, e que não são aproveitados na rede municipal de educação. Nós queremos aproveitar esses profissionais que já estão na rede para dar formação de educação para os próprios professores. Então fazer um convênio com a USP, por exemplo, na área de educação, para trazer mais informação e mais formação para os nossos professores. Fora essa questão, nós precisamos também ampliar o número – hoje Jundiaí tem 110 escolas, apenas nove funcionam em período integral – nós estamos propondo triplicar esse número de escolas de educação integral. Além de triplicar esse número nós estamos propondo também a construção desses centros educacionais, quatro, pelo menos, em quatro anos. Para que a gente consiga fazer o trabalho de oficina de geração de renda, de qualificação de mão de obra, além da educação integral.
Daniel – Agora trânsito, candidato. O senhor fala em colocar controladores de velocidade em algumas ruas, como por exemplo a Bom Jesus de Pirapora, Antonio Piscinato, por exemplo. Mas essas ruas já têm radares. É isso mesmo?
Vanderlei – É quase isso. Vamos explicar melhor. Nós temos um problema seríssimo na cidade. Vocês mesmos em um dos programas do Fantástico em março do ano passado, se eu não estiver enganado, fizeram uma matéria no Fantástico falando da máfia dos bancários. São duas empresas que têm contrato com Jundiaí, por exemplo. Então não é simplesmente colocar radares, mas qualificar esses radares para a cidade, dar consições e fluidez para o trânsito, principalmente nessas regiões que você acabou de citar.
Daniel – Mas vai aumentar o número de radares nessas ruas onde já existem?
Vanderlei – Não, nós vamos qualificar. É diferente de aumentar. A nossa proposta para o trânsito, para a melhoria do trânsito – lógico que a gente tem que fazer melhoria na malha viária, fazer construção, tem que ampliar, bom, tudo isso nós vamos fazer, não vou nem entrar nessa discussão – mas a gente só vai resolver o problema de trânsito mesmo a partir do momento que demos transporte coletivo de qualidade para todo mundo, e a nossa proposta para isso, gradativamente, é baixar a tarifa, até ela chegar a tarifa zero. E não sou eu que estou dizendo, Daniel. Quem está dizendo é a Constituição. A Constituição permite isso, a tarifa zero no município. Mas tem que ser um transporte de qualidade, porque as pessoas só andam de carro porque o transporte público não funciona. Então é muito mais fácil sair com o carro. Hoje você fica parado no trânsito, você gasta R$ 0,70 só de ficar parado no trânsito dentro de um ônibus, ou seja, a tarifa poderia custar R$ 2,30. Então nós temos condições técnicas para poder diminuir gradativamente esse valor. E assim oferecer um serviço de qualidade, dando fluidez para o trânsito. Então as pessoas que querem ir de carro poderão ir de carro com tranquilidade. Porém nossa prioridade é investimento na fluidez das pessoas. As pessoas poderem se locomover da melhor forma que elas quiserem. De carro, de ônibus, a pé, de bicicleta, de patins, de roller, enfim, mas com segurança e qualidade.
Daniel – O senhor fala também em criar a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, mas ela já existe. O que seria isto?
Vanderlei – É planejamento que existe.
Daniel – É, mas a prefeitura passa que é Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente.
Vanderlei – Nós queremos desvincular. Justamente isso, por quê? O nosso primeiro combate é combate à especulação imobiliária. Somente a gente fazendo combate direto para a especulação imobiliária que a gente vai conseguir dar uma tranquilidade no respeito e na proteção e preservação do nosso meio ambiente. Jundiaí é uma APA (Área de Proteção Ambiental), ela tem que ser respeitada como APA. Eu fui para a Rio + 20, participei da Cúpula dos Povos, e lá eu assinei um compromisso com a Cúpula dos Povos, de preservação da nossa Serra do Japi, da nossa cidade como APA. Eu vou respeitar esse compromisso que eu assumi lá na Cúpula dos Povos, lá na Rio + 20. Sábado agora que passou eu assumi mais um compromisso em preservação do meio ambiente, que foi agora na Serra do Japi, os ambientalistas nos convidaram, que eu também assumi esse compromisso de preservação de, no mínimo, 80% da Serra do Japi. Mas a Secretaria de Meio Ambiente, ela vai formular políticas públicas para que a gente possa garantir a preservação e conservação do nosso meio ambiente. Todo o meio ambiente, toda a Jundiaí como APA, não apenas uma parte.
Daniel – Vamos falar agora de saúde, candidato. O senhor quer criar centros de saúde especiais para a parcela homossexual da população. Isso não bate de frente com a campanha contra o preconceito? Não era melhor investir nas UBSs para que nas UBSs também seja atendido esse público?
Vanderlei – São duas coisas. Uma coisa é você ter um espaço específico pra esse tipo de atendimento, por quê? Porque muitos homossexuais acabam se sentindo intimidados, envergonhados e acabam sofrendo o preconceito da homofobia quando eles vão nesses espaços públicos. Primeiro a gente ter que ter esse atendimento pra acolher no sentido deles se sentirem fortalecidos e acolhidos mesmo, nos serviços públicos, nos nossos equipamentos públicos. Então são duas coisas, dois pontos, duas vertentes que a agente ta trabalhando na área da saúde. Por quê? Dessa forma a gente consegue dar igualdade a todos, que hoje não existe. Então não existe a saúde da mulher, que funcione decentemente, a saúde da criança e do adolescente, também, não funciona decentemente na cidade, a do idoso, a do negro. Por exemplo, existem condições de nós irmos até o Ministério da saúde através de programas específicos nessas áreas que acabei de falar, pra trazer recursos pra cidade, isso facilita muito a nossa vida. Eu sou negro, todo mundo ta vendo que sou negro né!? Mas tem algumas doenças que acometem somente a comunidade negra, então tem programas e recursos financeiros somente pra tratar isso. Com por exemplo, diabetes é todo mundo que tem, só que diabetes pra nós negros é muito pior do que pra um branco, mesma coisa é a hipertensão, é muito pior pra nós negros, e tem que ter um tratamento específico, mesma coisa é a questão dos homossexuais, eles tem que ter um tratamento específico pra depois, num segundo momento, conseguirem utilizar os equipamentos públicos com tranqüilidade e sem preconceito, que ainda infelizmente existe na sociedade
Daniel – Nós temos dez segundo agora candidato para as suas considerações finais
Vanderlei – Você tem opção, vote Ba, vote Psol, vamos mudar isso. Use seu voto não como voto não como voto útil, use seu voto naquilo que você acredita verdadeiramente fazer a transformação e a mudança. Vote BA, vote Psol.