Pronunciamento no plenário da Câmara dos Deputados – 29 de abril de 2009
“Sr. Presidente, quero desta tribuna saudar o povo equatoriano e o Presidente Rafael Correa pela expressiva vitória conseguida nas urnas, com mais de 50% dos votos, e dizer como a América Latina tem outros caminhos a percorrer que não sejam aqueles ditados pelo Fundo Monetário Internacional, pelas elites locais que se submetem a regras econômicas, a submissão, a dependência, e que eliminam a participação popular.”
“O Equador viveu brutal crise durante décadas. Teve dezenas de Presidentes em menos de 10 anos. Finalmente, o país se estabiliza. A economia ainda está dolarizada, reflexo das gestões anteriores, o país tem petróleo, enormes riquezas naturais, mas vem de uma colonização brutal e de um domínio imperial.
Inclusive no Equador está a base do Plano Colômbia, por intermédio da Base Aérea de Manta, que os Estados Unidos usaram de ponte para combater, entre aspas, o narcotráfico, mas na verdade foi para ter o controle da Amazônia.
Sem dúvida, a eleição de Rafael Correa realizou sonhos da população — outros prometeram, como o ex-presidente Lucio Gutiérrez, chegaram lá e aplicaram a mesma política econômica, outros dolarizaram a economia.
O Equador era considerado a República das Bananas, mas hoje convocou uma Constituinte, o povo está nas ruas, há participação popular, definições sobre o uso da terra, da função social da propriedade, debate primordial da dívida pública. Foi feita auditoria cidadã que detectou imensas irregularidades, ilegalidades na dívida do Equador, país que não tinha soberania alguma.
Agora, o povo retribui. Nesse momento o país fala com altivez, tem um plano de distribuição de renda, procura ter um plano de independência econômica, de não submissão aos ditames do Fundo Monetário Internacional, da lógica econômica neoliberal.
Claro que ainda é um país pobre, precisa de muito desenvolvimento e distribuição de renda, mas está registrada a merecida vitória de Rafael Corrêa, um dos principais líderes latino-americanos, mostrando outro caminho para a América Latina.
Obrigado, Sr. Presidente.”