O PSOL oficializou nesta quarta-feira (30/06) o nome de Plínio de Arruda Sampaio para a disputa presidencial de 2010. O auditório da Assembléia Legislativa de São Paulo, onde aconteceu a Convenção Nacional do partido, ficou pequeno para todos os militantes e apoiadores de Plínio.
Entre eles, Dom Tomás Balduíno, bispo emérito de Goiás; Heloísa Fernandes; socióloga e filha de Florestan Fernandes; o geógrafo Aziz Ab’Saber; o cineasta Silvio Tendler; o filósofo Paulo Arantes e o sociólogo Chico de Oliveira; além de toda a bancada parlamentar federal do PSOL, de lideranças partidárias de todas as regiões do país e lutadores dos movimentos sociais do campo e da cidade. Dom Cappio, bispo da Barra (BA), que fez greve de fome em defesa do Rio São Francisco, enviou uma mensagem declarando apoio. Vieram também saudações de Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho.
“Ninguém está aqui à toa. Todos têm um sonho e eu agradeço por ser o portador dele”, disse Plínio. O candidato destacou a resistência dos brasileiros, afirmando que ela já dura mais de 500 anos. “Nosso povo é oprimido, mas nunca aceitou a opressão, sempre houve resistência”, afirmou, destacando que o PSOL nasceu para fazer a reconstrução da esperança, que o PT representava, mas que se perdeu pelo caminho. “O PSOL, herdeiro dessas lutas e dessas experiências partidárias, e’ a tentativa de reconstrução da esperança”, afirmou.
“Estamos em outro contexto, diferente da época em que o PT surgiu. Estamos diante de uma sociedade contente, conformadas com o capitalismo, que acha que muito mais do que isso não pode melhorar”, avaliou. Por isso, para Plínio, as eleições de 2010 serão tão duras quanto a travessia de um deserto. “Não esperemos facilidade e sucesso imediato. Nossa conquista será a da consciência de dever cumprido”, alertou.
Plínio reafirmou seu compromisso com o socialismo e fez questão de colocar que sua candidatura é do PSOL e que fará a campanha em conjunto com o partido. “Unidos vamos restabelecer e liberar essa esperança e esse sonho que o brasileiro quer colocar para fora!”, acredita.
História e compromisso
Na avaliação do deputado federal Ivan Valente, Plínio é um companheiro capaz de defender o projeto do PSOL com brilhantismo. “Tem história, compromisso e pode, mesmo com a censura da imprensa, furar o bloqueio e fazer uma campanha pra cima, pra rua, pra apresentar um projeto alternativo”, declarou.
Para Valente, líder da bancada do partido na Câmara Federal, o PSOL é fundamental no processo eleitoral porque ataca questões chave da conjuntura. “Foi o caso da CPI da dívida pública. Ninguém acreditava na proposta. Conseguimos convocar, instalar e fizemos um relatório paralelo, com 800 páginas, que agora está no Ministério Público Federal. Também participamos ativamente da aprovação do Projeto Ficha Limpa, que abriu espaço para um debate importante sobre o financiamento público de campanha, que corrompe eleições e detona a igualdade na disputa. Na CCJ [Comissão de Constituição e Justiça da Câmara], foi aprovado o projeto do PSOL do imposto sobre as grandes fortunas, para os ricos pagarem impostos. Não é qualquer partido que defende essas e outras bandeiras, como reforma agrária, democratização dos meios de comunicação, direitos sociais, aumento para os aposentados, fim do fator previdenciário, jornada de 40 horas. O PSOL esteve sempre nessas lutas. E Plínio representa isso. As grandes candidaturas são a mesmice”, afirmou.
O deputado Chico Alencar concordou: “O que se vê no imaginário brasileiro é a polarização dos semelhantes. É a reafirmação de que nada pode mudar. Todos querem ser continuadores do governo atual, mas é preciso dizer que nada está bem numa sociedade em que dois de cada três brasileiros que nascem não terão uma vida digna”.
“Um país com as riquezas que temos no Brasil, com a quantidade de terras, não pode e não deve manter seus filhos nessa situação de violência e miséria em que estamos. E foi por isso que todos que acreditam no socialismo estão aqui. Nossa luta é para afirmar o protagonismo do povo na transformação do país”, acrescentou o senador José Nery. “A tarefa é dura, mas quando foi fácil para os socialistas?”, questionou. “Se formos capazes de traduzir no dia a dia para cada pessoa as idéias e o programa do PSOL, temos certeza de que chegaremos a outubro com um resultado extraordinário.”
Para o deputado estadual Raul Marcelo, “será um orgulho contar com o Plínio para transpor o bloqueio não apenas da mídia mas dos laços de solidariedade com os 30% que estão abaixo d dignidade, para que possamos marchar junto com eles rumo ao socialismo.”
Manifestações de apoio
Dom Tomás Balduíno
“Vivemos de uma caminhada longa, mas que se frustrou. Mas as pessoas estão aí ainda, a espera de uma alternativa. Este é um momento único. Plínio lembra o pequeno Davi na luta contra o gigante Golias.”
Aziz Ab’Saber
“Plínio sempre foi uma pessoa equilibrada, que sente as coisas. Pensa no Brasil, em todos. Além de tudo, Plínio é o único que gosta da universidade. Estou muito contente de estar aqui hoje. “
Waldemar Rossi
“Plínio é teimoso por natureza. Através dele que comecei a perceber que sou classe e como classe tenho que ser protagonista da mudança. Que as pessoas compreendam que o problema não é conjuntural, mas estrutural. Se o mundo não se estruturar, a miséria e a barbárie seguirão. E se há alguém que pode nos ajudar a mostrar que este modelo não serve esta pessoa é o Plínio. Parabenizo o PSOL pela perseverança e escolha, e faremos de tudo para que Plínio tenha espaço para levar nossa mensagem e recuperar a esperança do nosso sonho”.
Silvio Tendler
“Encontrei uma possibilidade de fazer do meu voto uma utopia. Também estou desencantado com eleições, mas estou feliz porque vou votar na possibilidade de mudanças, de realização de sonhos”.
Heloísa Fernandes
“Se meu pai estivesse vivo estaria aqui com Plinio Presidente, socialista que são ambos.”
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