O deputado federal Ivan Valente apresentou nesta terça-feira (01/06), à Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, requerimento para a realização urgente de uma audiência pública para debater o ataque realizado por Forças Militares do Estado de Israel contra a Frota da Liberdade, na madrugada de 31 de maio de 2010. A cineasta e ativista brasileira Iara Lee, uma das sobreviventes do ataque, será convidada para a audiência. No momento, ela encontra-se sob tutela do exército israelense.
Os choques ocorreram a bordo da maior das seis embarcações que integravam a chamada Frota da Liberdade, onde havia cerca de 500 ativistas. Os barcos ainda se encontravam em águas internacionais, a pouco mais de 70 km da costa de Israel. O país se antecipou à chegada dos ativistas, no que chamou de “ação preventiva”. A tripulação teria erguido, em vão, uma bandeira branca.
Iara Lee declarou ter decidido participar desta missão por “acreditar de uma forma resoluta que ações não violentas são vitais para educar o público sobre o que está ocorrendo”. A brasileira já havia denunciado pela internet o cerco imposto por Israel às embarcações da Frota da Liberdade, uma ação que viola integralmente as leis e tratados internacionais.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse ser “vital investigação para determinar como esse derramamento de sangue teve lugar”. Governos como o da Turquia e da Grécia já retiraram seus embaixadores de Israel. O governo brasileiro manifestou consternação diante da notícia e chamou o embaixador israelense no Brasil para dar explicações. Em nota, o Itamaraty disse que “não há justificativa para intervenção militar em comboio pacífico, de caráter estritamente humanitário”.
“É fundamental termos acesso, sem interferências de qualquer ordem, às informações acerca deste ataque brutal do governo de Israel contra civis desarmados, uma postura contrária aos princípios mais elementares de humanidade”, disse Ivan Valente. “Esta era uma ação humanitária, para levar suprimentos para uma população que sofre as consequências o bloqueio da Faixa de Gaza, outra atitude de Israel que transformou-se numa punição coletiva aos habitantes do território, violando também tratados e acordos internacionais sobre regiões de conflito”, concluiu.