O Relatório sobre a Situação da População Mundial 2009 , publicado nesta quarta-feira (18) pelo Fundo de População das Nações Unidas, revela que as mudanças climáticas devem provocar impactos mais rigorosos nas mulheres.
O relatório, segundo o fundo, procura inovar ao colocar os problemas do aquecimento global em uma perspectiva humana, questionando como as atuações individuais podem influenciar nos impactos.
Trata-se de “mobilizar o poder de homens e de mulheres para reverter o aquecimento da atmosfera da Terra e lançar uma estratégia global de longo prazo genuinamente efetiva para lidar com a mudança do clima”, segundo Thoraya Ahmed Obaid, diretora-executiva do fundo.
O documento conclui que os acordos internacionais e as políticas de cada país para combater os efeitos da mudança do clima terão mais sucesso no longo prazo se levarem em conta as dinâmicas populacionais, as relações entre os gêneros e o bem-estar das mulheres e seu acesso a serviços e oportunidades.
Uma da conclusões é que os impactos seriam minorados por um crescimento populacional mais lento. Mas essa não é a única questão demográfica que influi no aumento de emissões de gases de efeito estufa.
A composição domiciliar é outra variável importante, segundo o relatório. Estudos demonstraram que o consumo de energia per capita de domicílios menores pode ser mais alto do que o de domicílios maiores. A mudança de estrutura etária e a distribuição geográfica entre campo e cidade também têm influência.
As mulheres, principalmente as dos países pobres, devem ser mais afetadas que as dos países ricos, principalmente pelo fato de serem a maior parte da força de trabalho agrícola e por terem acesso a menos oportunidades para gerar renda.
Elas, sempre segundo o relatório, administram suas casas e cuidam das famílias, o que diminui sua mobilidade e aumenta sua vulnerabilidade quando ocorrem desastres climáticos.
Tudo isso, segundo o texto, gera um “ciclo de privação” que compromete o combate aos efeitos da mudança do clima e que deve ser mais bem estudado.
O relatório cita texto da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, ou CIPD, que comclui que, sendo atendidas as necessidades de planejamento familiar e saúde reprodutiva, bem como outros serviços básicos de saúde e educação, haverá uma estabilização natural da população, “sem necessidade de coerção”. Além disso, o texto propõe melhora no acesso das meninas à educação e medidas para aumentar a igualdade entre os sexos. Isso, a longo prazo, contribuiria para diminuir as emissões de gases de efeito estufa.
Fonte: Portal G1