Pelo menos 570 das 800 famílias despejadas, nesta segunda-feira (24), do acampamento Olga Benário devem permanecer na rua. Elas foram retiradas da ocupação de um terreno no Parque do Engenho, localizado na zona sul de São Paulo. A área pertence à empresa de ônibus Campo Limpo, que tem mais de R$ 7 milhões de dívidas junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e ao Banco América do Sul.
24/08/2009
Aline Scarso,
As dívidas da empresa não impediram que a Justiça decretasse a reintegração de posse e o fim da ocupação de mais de dois anos. De acordo com a coordenadora do Fórum de Moradia e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Fommaesp), Felícia Mendes, a Polícia Militar usou de violência no despejo dos moradores.
“A Polícia foi bastante truculenta. Não respeitaram idosos nem crianças. Bombas de gás, muitas bombas de gás [foram jogadas] tanto pela Polícia como também pelos helicópteros que estavam [nos] rodeando. Foi muito complicado. As famílias passaram a noite acordadas. Nós tínhamos um acordo de ter uma reintegração passiva [e] que a própria Polícia não iria entrar.”
Felícia conta que as famílias não tiveram tempo para tirar as coisas dos barracos e casas. Alguns barracos pegaram fogo e outros foram destruídos por tratores. Agora, os moradores não têm para onde ir.
“Nós vamos continuar na calçada até que o governo encontre uma solução para essas famílias.”
A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e a Companhia Metropolitana de Habitação (COHAB) disseram que garantiriam atendimento habitacional emergencial para as famílias. Mas até agora, nada foi feito.