Por Aldo Santos
Todos ficaram estarrecidos com o voou da morte (447),que ceifou mais de duas centenas de vidas e até o momento o que resta são destroços do avião, pertences pessoais e o recolhimento de alguns corpos que flutuam em alto mar , desafiando a evolução e a alta tecnologia de quem julga conhecer o dominar a tudo e a todos.
É evidente e urgente que tudo precisa ser esclarecido até mesmo para se evitar novas tragédias que pelo impacto emocional ,parece que estão ocorrendo com maior velocidade?
Outra noticia que veio a tona, relata o massacre com dezenas de índios que foram mortos e mais de uma centena de feridos , em confronto que ocorreu no dia 05/06/9 pela polícia e Exército do Peru, na tentativa de desalojar manifestantes que estavam numa estrada ao norte do País. Esse massacre ocorreu a mando do Presidente Alan Garcia que de imediato foi rechaçado pelas organizações indígenas e os sindicatos .
A população da região Amazônica Peruana está mobilizada desde meados de abril deste ano , contras os famosos decretos publicados já em 2008.
Por falta de diálogo da parte do governo, o movimento tomou medidas mais radicalizadas e o governo responde com a matança generalizada conforme relato acima.
O Presidente Alan Garcia tenta ainda politizar e descaracterizar o massacre cometido, ao tentar atribuir a Hugo Chávez e Evo Morales possível ingerência e estímulo aos indígenas no sentido de desestabilizar o seu Governo.
Também ganha notoriedade a invasão da universidade de São Paulo (USP) pela polícia e a tropa de Choque do governo Serra que remando contra a maré e na contra mão da história , trata o movimento grevista como um caso de polícia.
Mais uma vez os estudantes fazem a diferença, juntamente com os professores e funcionários, enfrentam a repressão de cabeça erguida, em que pese o terror institucionalizado pelo governo do PSDB.
Alegra-me a possibilidade do enfrentamento direto pelos estudantes , pois na história da humanidade, os estudantes conscientes fazem a diferença nas lutas que participam; definindo novos paradigmas e elevando o patamar da luta e a resistência de classe contra o Estado opressor Capitalista.
Essas lutas de enfrentamento andam meio arrefecida pela repressão cotidiana e pela cooptação de parte dos movimentos através de medidas paliativas do governo federal ao longo de seu mandato.
Outro embate que também poderia ser importante nesse contexto é a tramitação na assembléia legislativa de SP , de dois projetos que vão causar uma reviravolta para pior da educação estadual, onde prevê a demissão de milhares de professores, precariza o trabalho outros milhares e descaracteriza o concurso público , condicionando-o a doutrinação Montoriana que pela estrutura, servirá a médio prazo para aplicação de provinhas para caracterizar o mérito e desempenho dos efetivos.
Até hoje temos enfrentado os sucessivos secretários e, diga-se de passagem temos sido parcialmente vitoriosos, em que pese não alcançarmos uma vitoria à medida e à altura da pauta de reivindicação dos lutadores da Educação do Estado de São Paulo . Pelo menos temos derrubado inúmeros secretários de Educação do Estado de São Paulo, além de derrotarmos com freqüência governadores carreiristas.
Nesse contexto é no mínimo estranho o papel dos dirigentes frente a esse movimento, que embora não considerem a ultra-esquerda como referência de direção,pelo menos outros setores dirigentes como a (Oposição Alternativa) deveriam ser mais ousados, ao menos do ponto de vista ideológico e assumir o papel dirigente dessa categoria, uma vez que a “Articulação Sindical Renovada”, virá a reboque como em outros momentos dos embates sindicais em que participamos .
Sem programa tático-estratégico e ousadia, nada de novo se cria.
Parece que o velho Trotsky, tinha razão: falta direção para impulsionar esse movimento, decretar uma grande greve, e mais uma vez derrotarmos o governo em suas aspirações políticas Doutrinárias?.
Também apareceu nas manchetes, a guerra urbana que tem aumentado a visibilidade no Estado do Rio de Janeiro e no Brasil inteiro com “carnificinas deliberadas”, massacre do povo pobre , dos morros e periferias do Estado; como se o Tráfico estivesse tão somente nos morros e no meio da pobreza?.
Embora a guerra urbana do Rio ,ainda não tenha uma matriz ideológica claramente definida, deve merecer por parte de todos nós o mais veemente repúdio, pois sociologicamente representa uma guerra de Estado contra os desamparados pela pobreza, que são duplamente penalizados .
Primeiro pelo poder público que está ausente na oferta dos direitos básicos para a sobrevivência daquele grande contingente .
Segundo,porque servem de escudos para os narcotraficantes e milícias que freqüentemente são vítimas de balas acertadas numa “guerra sem fim”.
O enfrentamento a exclusão Social deve ser materializada numa ação propositiva, com a presença ostensiva do estado, na área de saúde, educação, saneamento básico, urbanização de favelas; transformando-as em cidades com direitos e deveres assegurados. Condenamos igualmente O Governo do Estado e Prefeitura pela política de confinamento dos pobres nas encostas, nos morros e agora cercados pelo muro da Burguesia que está sendo construído pelo prefeito do Rio de janeiro.
Fechando esse conjunto de noticias , destacamos ainda a dura realidade dos heróicos sindicalistas que não abrem mão de suas representações e o preço pela luta e pela coerência na defesa intransigente da classe trabalhadora tem sido :
“Um total de 76 sindicalistas foram assassinados em 143 países no ano passado, 15 a menos que em 2007. Os dados são do Informe Anual sobre as Violações dos Direitos Sindicais, divulgado hoje pela Confederação Sindical Internacional (CSI)”.
Outros fatos correlatos na pauta midiática deixamos de comentar; como os escândalos do Senado, a CPI da Petrobras que os Deputados e o Senador do Psol deveriam Participar ativamente, e outras informações que alimentam os noticiários de norte a sul , de leste a oeste do brasil.
Não foi nosso propósito resumir e comentar somente noticia desagradável para sua apreciação e reflexão. Nessas reportagens reproduzi apenas os fatos e relatos do cotidiano que merece por parte dos revolucionários uma leitura mais acurada no sentido de planejarmos uma ação a altura dos ataques dos reacionários de plantão.
A nossa convicção é que no atual sistema, as noticias nunca serão boas , humanas, solidárias, pois, no limite, refletem as entranhas do sistema de morte que é o capitalismo vigente.
Assim caminha a humanidade que submetida ao matadouro cotidiano tenta como pode, reagir, sublevar, apoiar; refletindo o passado, repelindo esse presente e forjando utopias REVOLUCIONÁRIAS .
Nisso consiste o nosso encantamento por um mundo novo e livre dessa cruel leitura da realidade.
MUDAR É PRECISO!!!
Aldo Santo, ex-vereador em São Bernardo do Campo, membro do Diretório Nacional e Presidente do Psol de São Bernardo do Campo.