Representantes das centrais CONLUTAS e Força Sindical e dos Sindicatos dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região e de Botucatu reúnem-se nesta quinta-feira, dia 26, às 14h, com o presidente do Tribunal Regional do Trabalho de Campinas, desembargador federal do trabalho Luís Carlos Cândido Martins Sotero da Silva.
O tema da reunião é a demissão em massa promovida pela Embraer, às vésperas do Carnaval, no último dia 19 de fevereiro. Os sindicalistas vão reforçar o pedido para que as 4.200 demissões sejam anuladas.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, onde está o maior número de funcionários e de demitidos da Embraer, e as demais entidades ingressam nesta quinta-feira com ação judicial no TRT 15ª região de Campinas pedindo a anulação dos cortes.
No entendimento das entidades, a Embraer agiu de má fé e não abriu qualquer negociação para evitar as demissões.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, filiado à Conlutas, tentou, durante meses, negociar com a Embraer medidas que garantissem os empregos dos trabalhadores. Desde o ano passado, a entidade sindical estava atenta aos vários rumores de demissões em massa que existiam na empresa.
No dia 18 de fevereiro, quinta-feira, o Sindicato enviou uma carta à direção da Embraer pedindo o agendamento de reunião para tratar da ameaça de demissões. Esta carta foi apenas mais uma dentre as várias enviadas pela entidade sindical nos últimos meses.
No dia em que concretizou as demissões, a Embraer “respondeu” ao Sindicato, sem ao menos citar que faria um corte de tamanha dimensão.
“Já há entendimento na Justiça que as empresas não podem fazer demissões em massa sem prévia negociação com os sindicatos. A Embraer não cumpriu isso. Pior. Agiu com má-fé ao negar as demissões até o último minuto e com extrema prepotência e falta de respeito com os trabalhadores”, afirma o secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos e membro da coordenação nacional da Conlutas, Luiz Carlos Prates, o Mancha.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José e a Conlutas aguardam a confirmação de uma audiência com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente do Sindicato, Adilson dos Santos, e o secretário-geral, Luiz Carlos Prates, foram a Brasília no último dia 20, mas não foram recebidos. Representantes do governo ficaram de marcar um encontro nos próximos dias.
“Diante da postura arrogante da Embraer, precisamos nos mobilizar. Vamos tomar todas as medidas judiciais cabíveis e também vamos cobrar do Governo Federal que exerça seu poder para que as demissões sejam revertidas”, disse Mancha.
A Conlutas defende medidas como a redução da jornada, sem redução de salários e sem Banco de Horas como forma de garantir os empregos. A reestatização da Embraer é outra alternativa, já que a empresa é dependente da ajuda do BNDES e nos últimos anos já recebeu mais de 8 bilhões de dólares em forma de financiamentos.
REUNIÃO E ATO DAS CENTRAIS SINDICAIS
Centrais sindicais de todo país devem se reunir nesta sexta-feira, dia 27, às 11h, para definição de medidas conjuntas contra as demissões anunciadas pela Embraer.
Ainda na parte da manhã, às 9h30, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José realiza reunião com os demitidos da Embraer.
Às 15h, as centrais realizarão uma grande manifestação em frente à Embraer.
Devem participar a Conlutas, Força Sindical, CTB, UGT, Nova Central e Intersindical.
A CUT não confirmou presença.
Fonte: Portal da Conlutas