Quem mora no estado de São Paulo notou que nos últimos dois anos a população em situação de rua cresceu de maneira vertiginosa. Na capital ou no interior, uma massa de seres humanos famintos e sem casa tenta se abrigar precariamente em praças, viadutos, toldos e, na melhor das hipóteses, em albergues. Em muitos casos pode-se observar famílias inteiras habitando barracas de acampamento, papelão e até mesmo automóveis.
Na capital, a prefeitura divulgou um censo em janeiro demonstrando que em dois anos houve crescimento de 31% no número de pessoas sem teto. Um dado assustador desse estudo é que 28,4% delas estão há menos de um ano nessa situação, ou seja, apenas em 2021, por volta de 10.000 passaram a não ter habitação. Segundo o município, no total são 31.884 pessoas em situação de rua, mas dados de fontes não governamentais apontam que esse número pode ser bem maior.
Porém, o governador João Doria e a maioria das prefeituras, como a de Ricardo Nunes na capital, fecha completamente os olhos para essa parcela da população. Não há um plano emergencial de auxílio a quem perdeu seu emprego e não consegue sustentar os custos de uma moradia digna. Também não há investimentos na construção de uma rede de apoio a quem já estava na rua antes da pandemia e da explosão do desemprego. Pelo contrário, o governo paulista age com aporofobia, ou seja, fobia aos pobres, pois coloca a polícia para reprimir as pessoas que estão em situação de rua.
O PSOL-SP, por meio de seu ativismo, relação com os movimentos sociais e também por intermédio de seus parlamentares, luta para que o governo execute um plano de emergência para resgatar as pessoas que estão nessa condição e tem apresentado projetos de lei na ALESP, nas câmaras municipais, organizado manifestações e ocupações ao lado de movimentos como o MTST. Precisamos devolver a dignidade ao nosso estado.