Posicionamento do Núcleo Florestan Fernandes – PSOL/Butantã no Dia Mundial do Meio
Ambiente (5 de junho de 2021)
Desde 1972, o dia 05 de junho é conhecido como o Dia Mundial do Meio Ambiente. Esta
data foi criada pela ONU para servir de conscientização sobre a importância de preservar os
recursos naturais no planeta.
Considerando o atual momento de conjuntura pandêmica mundial, e no Brasil, intensificada
por um governo reacionário, corrupto e autoritário, como nós, militantes socialistas e
ativistas populares, devemos encarar esta data?
Vivemos um momento de emergência climática. Para evitar mudanças catastróficas no
planeta, subida no nível dos mares, extinção de espécies em massa, e eventos climáticos
extremos, é preciso manter o aumento de temperatura da Terra abaixo de 1,5ºC. Mas até
agora, é o lucro que está sendo colocado acima da vida, e nos aproximamos cada vez mais
do pior.
O Brasil é o país mais rico em biodiversidade do planeta, mas a destruição das florestas
promovida pelo governo atual ameaça a todos nós. O estado de São Paulo um dia foi
coberto por mata Atlântica, que hoje não chega a cobrir nem 5% do território. O desafio é
enorme, e nosso papel é urgente. Devemos contrapor a ganância do grande capital, e
resistir ao governo genocida e destruidor da natureza de Jair Bolsonaro e Ricardo Salles,
defendendo um uso da natureza que seja popular e participativo.
Por isso, reforçamos alguns eixos de lutas em relação ao meio ambiente no momento:
1- A nível nacional:
A Defesa dos Povos Originários, Quilombolas e Ribeirinhos:
A defesa destes povos significa a defesa pelo aspecto preservacionista da vida, seja por
meio dos recursos naturais, proteção dos biomas florestais, fauna, recursos hídricos e
minerais, seja por meio da valorização cultural da vida em construção sinérgica com o meio
ambiente, que é o oposto de sobreviver em detrimento ao meio ambiente. Devemos nos
posicionar contra a política implementada por Ricardo Salles, frente ao MMA, de
perseguição e genocídio a estes povos, e a facilitação de ação de garimpeiros e
madeireiros.
Água:
Água é vida! Estamos diante de um período tenebroso no país em função da escassez de
chuvas que ocorrem por vários anos consecutivos, que vem esvaziando os reservatórios, e
deixando em alerta o abastecimento de milhares de pessoas em muitas regiões. Ao mesmo
tempo em que recebemos o alerta de emergência hídrica em São Paulo, o governo
flexibiliza a gestão sobre esse bem comum, permitindo que seja capturado por interesses
privados. É necessário que neste período de crise econômica que empobrece as famílias,
que este recurso seja controlado pelo Estado para que o mesmo possa ser o responsável
ao acesso universal à água, que não pode ser apenas para àqueles que possam pagar.
Tem que ser para todos brasileiros e brasileiras!
Agricultura Familiar:
A agricultura familiar é responsável pela produção de mais de 70% dos alimentos
consumidos pelas famílias brasileiras. É importante termos a consciência que este tipo de
uso rural, em pequena propriedade, com força de trabalho familiar e local, além de ser a
responsável pela nossa autonomia alimentar, fixa o trabalhador e trabalhadora no campo e
gera renda nestas regiões. É neste tipo de produção que se desenvolvem técnicas de
cultivos atreladas a conservação do meio ambiente, como a agricultura orgânica, sintrópica,
agrofloresta, entre outras, que priorizam o respeito com a terra e o futuro em comum, e
ainda poupa o ambiente do uso intensivo de agrotóxicos e outros insumos químicos.
Exatamente o oposto do que se propõe o uso da terra pelo do Agronegócio, que não é pop!
Por isto precisamos defender e valorizar o pequeno produtor e o estabelecimento da
agricultura familiar no nosso país!
1- A nível Regional:
Transporte Público:
Na cidade de São Paulo será necessário cobrar a prefeitura em relação ao cumprimento da
Lei 16.802/2018, que prevê a redução gradual da emissão de poluentes pelos ônibus
municipais, pelos próximos 20 vinte anos, sem que isto comprometa a qualidade deste
serviço ao trabalhador e trabalhadora, e também a precarização desta atividade
fundamental, como ocorreu e ocorre nesta época de pandemia quando muitas unidades
foram tiradas de circulação, prejudicando a comodidade dos usuários, mas que continua
garantindo lucro as empresas do setor. Ampliar a quilometragem da malha de ciclovias na
cidade, para incentivar o deslocamento da população por esta matriz de transporte,
principalmente entre bairros vizinhos, ligando as zonas residenciais e comerciais. Lutar por
mais rotas para uso das bikes!
Parques públicos:
Está na hora de alterar o modelo atual de concessão dos parques públicos em São Paulo,
que prevê a entrega por 35 anos à iniciativa privada, projeto político liberal, que se confunde
com uma política de privatização dos espaços públicos, tal como foi realizado com o Parque
do Ibirapuera. Não pode servir de base para a ser implantado em toda a cidade! É
necessário pensar em modelos que priorizem a participação popular por meio de coletivos,
associações de bairros e a comunidade local que tem relação direta com estes espaços, e
não com uma empresa privada que vem de fora do território para implantar um modelo
utilitário, que prioriza o consumo de produtos e exploração de espaços dentro do parque.
Além do lazer, da prática esportiva e da conservação ambiental, deve ser potencializados
nestes espaços atividades culturais e educativas, multiplicando a possibilidade de usos e o
sentimento de pertencimento da população.
O tema ambiental tem interfaces com diversas outras áreas, educação, cultura, saúde.
Portanto, nas lutas populares o acesso ao meio ambiente saudável deve ser democrático a
todas/os, conforme preconiza a Constituição de 1988, se sobrepondo aos interesses
privados e muitas vezes destruidor. No entanto, a viabilização desses preceitos no Brasil de
hoje passa pela luta pelo fim deste governo destruidor do meio ambiente e das perspectivas
humanitárias das atuais e futuras gerações. O Ministro Ricardo Salles e o presidente
Bolsonaro têm que pagar por seus crimes.
Vamos à luta!
Fora Ricardo Salles!
Fora Bolsonaro!
Mude o sistema, não mude o clima!