Durante o primeiro turno o Partido Socialismo e Liberdade fez a opção de defender e reafirmar um novo modo de fazer política e obteve importantes vitórias em todo o Brasil, alcançando votações expressivas, elegendo vereadores e consolidando-se como o partido que mais cresce no país.
Em São Paulo, sem alianças espúrias e financiamento de empreiteiras, bancos e multinacionais, as candidaturas de Carlos Giannazi a prefeito e dos vereadores do PSOL foram exemplares na defesa de um projeto alternativo de cidade, com a inversão de prioridades para defender e ampliar direitos sociais e civis da população e combater a segregação urbana e a imensa desigualdade social.
A candidatura de Giannazi enfrentou a imensa distorção causada pelo financiamento privado de campanha, a cobertura tendenciosa e desigual da grande mídia e as imensas máquinas eleitoreiras para deixar sublinhado o recado: para enfrentar de fato a crise urbana que São Paulo vive é necessário compromisso com um projeto político real de transformação e não diferentes gerentes para o mesmo projeto ao qual o poder econômico submete a cidade.
Felizmente, com a força de uma construção coletiva, conseguimos eleger um vereador do PSOL e a partir de agora, independentemente de quem vença as eleições, haverá na Câmara uma verdadeira oposição de esquerda, combativa, um autêntico porta-voz dos mais diversos movimentos sociais. A votação importante da legenda alavancada por Giannazi também demonstrou que para uma parcela importante da população o voto útil foi aquele que serviu para fortalecer princípios e valores que nós tanto reclamamos na política como coerência, ética, compromisso social e independência política do poder econômico.
Nesse sentido, o cenário do segundo turno carece de alternativas que estejam em contradição com a velha política.
Rejeitamos veementemente a candidatura de José Serra, responsável direto pelos problemas sociais que a cidade vive. As gestões Serra-Kassab foram um desastre para os trabalhadores e para o povo pobre, reduziram direitos sociais, precarizaram os serviços públicos e governaram diretamente para as elites da cidade, aprofundando o abismo social entre ricos e pobres. Não há qualquer perspectiva de diálogo entre o PSOL e o projeto de Serra.
Por sua vez, embora apareça como o “novo”, ou para muitos o “menos pior”, a candidatura de Haddad tem limites muito explícitos para ser a alternativa que São Paulo precisa. Sua campanha milionária, bancada pelas mesmas grandes empreiteiras que financiam Serra condicionam a política urbana futura, como ficou claro na apresentação do principal plano de Haddad – o arco do futuro – para os megaempresários do Secovi. As alianças espúrias como Maluf, por exemplo, também cobrarão a conta na possível prefeitura.
Estamos cientes que uma parte da militância do PSOL votará legitimamente em Haddad para enterrar Serra e outra parte não votará em ninguém também de forma legítima. A direção municipal do PSOL, coerente com a necessidade de construir outro modelo de política e sabendo que a construção da São Paulo que queremos não se resume apenas às eleições, orienta que sigamos firmes na luta cotidiana e não indica voto em nenhum dos candidatos entendendo que nossos eleitores são suficientemente capazes e politizados para tomar uma decisão para o segundo turno.
Diretório Municipal do PSOL São Paulo – 17 de outubro de 2012