A Rede Globo anunciou hoje (2) o cancelamento do debate entre os candidatos a prefeito de São Paulo que aconteceria no dia 4 de outubro. Infelizmente tal decisão não nos surpreende. Não é a primeira vez que a emissora escolhe tal caminho: em 2008 o debate também não aconteceu porque a emissora se recusou a deixar Ivan Valente, a época candidato pelo PSOL, participar do debate. Cancelar o evento beneficia somente aqueles e aquelas candidatos que tem medo debate e não tem propostas para o caos urbano que se tornou a cidade de São Paulo.
Nos causa muito estranhamento a justificativa da Globo: impossível encaixar um debate com oito candidatos na grade de programação. Não foi impossível para a Rede Bandeirantes, TV Gazeta, Cultura e Rede TV, que realizaram debates produtivos com a presença de todos aqueles e aquelas que têm direito reconhecido pela justiça.
A candidatura de Carlos Giannazi não aceitou a “proposta” da troca de espaços pelo debate porque o debate é garantido por lei de acordo com o artigo 28 da Lei eleitoral (RESOLUÇÃO Nº 23.370): “§ 2º São considerados aptos, para os fins previstos no parágrafo anterior, os candidatos filiados a partido político com representação na Câmara dos Deputados e que tenham requerido o registro de candidatura na Justiça Eleitoral.”
Além disso, consideremos o debate o ápice da campanha política por propiciar um embate direto entre os candidatos e por ser um momento em que se diluem as diferenças econômicas entre as candidaturas.
A falta de democracia vai além do cancelamento do debate. Sob a fraca justifica de critérios jornalísticos a emissora fez uma cobertura que também foi desigual e privilegiou muito os candidatos que estão à frente nas pesquisas.
À medida em que se recusa a cumprir a função de promover a democracia prevista para essa concessão pública, a Globo mais uma vez demonstra que descumpre sistematicamente a função social que é a única razão para que tal concessão seja feita.
Diretório Municipal do PSOL e Coordenação de Campanha de Carlos Giannazi