Ocorreu hoje (18) pela manhã o debate da Band com os candidatos a prefeito de Osasco. Alexandre Castilho do PSOL se destacou ao tratar de temas centrais como a questão do combate à corrupção, a defesa de mais investimentos públicos na saúde e na educação, a valorização do funcionalismo público e um governo com participação popular. Veja matéria publicada pelo Portal UOL sobre o debate.
Do UOL, em São Paulo
O tema mensalão abriu a primeira rodada de perguntas no debate entre os candidatos à Prefeitura do município de Osasco (Grande São Paulo), na manhã deste sábado (18), organizado pela “TV Bandeirantes”. Alexandre Castilho (PSOL) questionou o deputado federal João Paulo Cunha (PT), um dos réus do julgamento do mensalão, sobre qual era a visão do petista sobre financiamento público de campanha, já que o PT é acusado de usar verba pública para comprar votos de parlamentares no Congresso, base da acusação do mensalão.
Ao ser questionado sobre o mensalão durante debate da TV Bandeirantes, João Paulo Cunha, candidato do PT à Prefeitura de Osasco, disse que o tema era assunto para outro debate, mas afirmou que espera o resultado do julgamento com tranquilidade Eliária Andrade / Agência O Globo.
Cunha disse que “o mensalão é assunto para outro debate”.
“Minha campanha é feita absolutamente na legalidade. No ponto de vista político, fui um dos primeiros deputados a defender o financiamento público de campanha. Infelizmente o ordenamento jurídico permite [o financiamento privado]. E você tem que ter recursos para levar a sua mensagem para o cidadão. Por isso fazemos captação de recursos”, disse Cunha.
Participam do debate os candidatos Alexandre Castilho (PSOL), Celso Giglio (PSDB), Delbio Teruel (PTB), Reinaldo Mota (PMN), Osvaldo Verginio (PSD), além do petista.
João Paulo é questionado sobre mensalão em debate na TV
Na última quinta-feira (16), o relator do processo do mensalão, ministro Joaquim Barbosa, votou pela condenação de Cunha por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e por dois crimes de peculato (desvio de recursos públicos), em razão dos contratos assinados pela Câmara dos Deputados com as empresas do publicitário Marcos Valério –operador do suposto esquema–, quando Cunha era presidente da Casa.
Barbosa considerou que os contratos eram fraudulentos e serviram para beneficiar mutuamente o deputado, o publicitário e seus ex-sócios Ramon Hollerbach e Cristiano Paz –os três últimos foram acusados por corrupção ativa e peculato.
O jornalista da TV Bandeirantes Sandro Barbosa questionou Cunha sobre o voto pela condenação e perguntou como o candidato conseguirá convencer o eleitor de Osasco a votar nele diante dessa situação.
Cunha disse que o eleitor sabe separar as questões de gestão dos assuntos políticos.
“Essa é a opinião do ministro relator. Não costumo julgar as pessoas de forma parcial, é preciso aguardar ao julgamento completo da ação que transcorre no Supremo Tribunal Federal. Aguardo com absoluta tranquilidade”, respondeu.
O petista afirmou ainda que tem apoio de mais de 20 partidos, quase 300 candidatos a vereador e “orgulho de ter o apoio da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula”.
Cunha foi eleito vereador em Osasco em 1982; deputado estadual em 1990; deputado federal por cinco mandatos e presidente da Câmara dos Deputados no governo Lula.
Na última pesquisa eleitoral realizada em Osasco pelo Ibope, Giglio liderava as intenções de voto, com 35%, seguido de Osvaldo Vergínio (PSD), com 19%, e Cunha, com 15%. A pesquisa apontou ainda que o petista e o tucano possuíam os maiores índices de rejeição, com 27% e 22%, respectivamente.
Se for condenado pelo Supremo, Cunha perderá os direitos políticos e terá que abandonar a candidatura.
O réu, no entanto, pode apresentar recursos no próprio STF e, dessa maneira, adiar a perda dos direitos políticos, que só acontece quando o processo transita em julgado –quando não há mais possibilidade de recursos.
Caso seja eleito prefeito, o petista corre o risco de ter que deixar o mandato no meio.