Nesta quarta-feira (22), o auditório do prédio de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP foi lotado por estudantes, professores e trabalhadores num debate sobre a mudança que nós queremos para a cidade de São Paulo.
Mais de 400 pessoas participaram da atividade organizada pelo Comitê do PSOL na USP, que contou com as presenças de Plínio de Arruda Sampaio, Vladimir Safatle, Chico de Oliveira, Ciro Teixeira, João Zanetic, Américo Kerr, Francisco Miraglia, nosso candidato a vice, Edmilson Costa, entre outros debatedores.
Os convidados discutiram as propostas de Giannazi para a cidade e falaram de sua trajetória coerente nas lutas pela educação pública e na dfefesa de uma sociedade mais justa. O candidato do PSOL à Presidência em 2010, Plínio de Arruda Sampaio, ressaltou a importância das eleições municipais esse ano em São Paulo, cidade que tem o terceiro maior orçamento do país. O professor de filosofia, Vladimir Safatle, destacou a importância de figuras como Carlos Giannazi para o futuro da esquerda brasileira.
Quando Giannazi tomou o microfone, apresentou suas ideias para acabar com a crise urbana em São Paulo e destacou ações que o prefeito da cidade poderia tomar, como a garantia do cumprimento da lei orgânica do município que prevê o gasto de 31% do orçamento em educação e e a necessidade de um choque de democracia na cidade, aumentando a participação da população nos processos decisórios e realizando eleições diretas para nomear os subprefeitos.
Ao final do evento, foi lançado o manifesto Para mudar São Paulo apoiamos Giannazi prefeito, que reproduzimos abaixo com seus primeiros signatários. A multidão que tomou o auditório saiu ainda mais envolvida na construção dessa nova alternativa para São Paulo!
Manifesto: Para mudar São Paulo apoiamos Giannazi prefeito
É possível enfrentar a crise urbana
A cidade brasileira mais rica é também a maior em contradições e contrastes, a máxima expressão de modelo urbano baseado no lucro e na especulação do grande capital e não nas necessidades de seus habitantes. Por trás de um aparente caos, há um projeto de cidade desigual, injusta e elitista, a serviço das grandes empresas e administrado por seus representantes na prefeitura e na Câmara de Vereadores.
Este modelo tem conduzido São Paulo a uma crise urbana global envolvendo o transporte, saúde, moradia, meio-ambiente, educação e segurança. A falência dos serviços públicos afeta duramente os setores majoritários da população, os trabalhadores e os moradores dos bairros pobres, enquanto os bairros nobres e as elites vivem índices de desenvolvimento extremamente altos.
Hoje a cidade é refém da sede de lucro das empreiteiras que a transformaram em selva de concreto. A circulação no espaço urbano está à beira do colapso com a precariedade e o alto preço dos transportes públicos, além do aumento diário e irracional do número de carros, agravado pela redução do IPI para que as montadoras sigam tendo mais lucro. A escalada da violência, as enchentes de proporção cada vez maior e as intermináveis filas nos hospitais são a demonstração de que a metrópole está tornando-se cada vez mais inviável à vida.
No entanto, é possível mudar essa situação através da participação popular e da democratização da cidade. A busca de recursos para as mudanças de que São Paulo deve ser feita enfrentando os grandes devedores dos impostos da cidade – bancos, gigantes comerciais, multinacionais -, combatendo a corrupção e cobrando as dívidas milionárias com os cofres públicos, além de converter a dívida do município com o governo federal em investimentos sociais. Apresentando propostas concretas que enfrentem interesses estabelecidos e ousando debater o que o senso comum da política tenta demonstrar inexequível, pode-se recuperar a dimensão pública da política e melhorar a vida na cidade.
Os bilhões que São Paulo abre mão de arrecadar atualmente permitiriam investimento massivo em áreas sociais. No transporte público: metrô, corredores de ônibus e ciclovias em um sistema integrado. E subsidiar parte importante do transporte e, desse modo, ampliar a distribuição de renda e o direito à cidade. Retomar os 31% do orçamento para a educação pública, possibilitando acabar com o déficit de creches e crianças fora da escola, ampliar o acesso e, ao mesmo tempo, diminuir o número de crianças na sala de aula na educação infantil. Investir em saúde preventiva e zerar o déficit de UBSs na cidade. Investir em equipamentos de cultura e lazer nas periferias; e combater a violência na raiz, melhorando os serviços públicos combinados com atuação qualificada e inteligente da guarda civil para diminuir a repressão.
Acreditar em uma nova política
Está claro que é impossível mudar reproduzindo e ampliando a submissão da cidade aos interesses econômicos – a lógica de política e governo a que assistimos até agora. A prefeitura de São Paulo tem sido apenas um trampolim para disputas menores da política: candidaturas a outros cargos, construção de novos partidos fisiológicos ou objeto de cobiça na obtenção de hegemonias partidárias. Há muitos anos, não temos uma administração de fato voltada às necessidades mais gritantes de São Paulo. Muitos dos candidatos que se apresentam nesta eleição fundamentam suas campanhas na “experiência”. Hoje, o que a cidade necessita é precisamente rechaçar a experiência dos desgovernos das elites que nos levaram à crise.
É o momento de acreditar em uma experiência diferente. É possível e necessário um choque de democracia na cidade, assegurando planejamento e orçamento efetivamente participativos, eleição direta de subprefeitos e conselhos populares. É preciso que o novo governo não seja comprometido por alianças espúrias ou pela dependência de monopólios econômicos, como as empreiteiras, que financiam campanhas eleitorais milionárias.
Apoiamos Carlos Giannazi porque acreditamos que esta candidatura é a representação de um projeto político de esquerda capaz de mudar a cidade. Sua prática de mais de 30 anos de trabalho militante e as experiências como vereador e deputado comprometido com os movimentos sociais são demonstrações de sua capacidade de enfrentar a velha política e os interesses do poder econômico. Por isso, Giannazi é verdadeiramente uma alternativa de mudança nesta eleição.
Frente à crise global que a humanidade enfrenta – resultado de um sistema decadente e inviável – é necessário construir alternativas concretas de superação. É preciso estar em sintonia com os processos de transformação a que novas gerações começam a assistir. Mais do que nunca é necessário recuperar a crença de que nada é impossível de mudar!
Primeiros signatários:
- Plínio de Arruda Sampaio
- Chico de Oliveira – FFLCH-USP
- João Zanetic – IF-USP
- Ciro Teixeira Correia – IGC-USP
- Chico Miraglia – IME-USP
- Américo Kerr – IF-USP
- Lisete Arelaro – FE-USP
- Sean Purdy –FFLCH-USP
- Suzana Salém – IF-USP
- Lucilia Daruiz Borsari – IME-USP
- Luiz Bernardo Pericás – Escritor e historiador
- Ernesto Pichler – IPT-USP
- Marcos Cassin – FFCLRP-USP
- Áquilas Mendes – FSP-USP e Economia PUC-SP
- Rosa Maria Marques – Economia PUC-SP
- João Machado – Economia PUC-SP
- José Correa Leite – FAAP
- Gilberto Cunha – Geografia UNIFESP
- Frederico Henriques – PUC-Campinas
- Jair Pinheiro – UNESP
- José Damião Lima Trindade – Advogado
- Milton Pinheiro – Professor de Ciência Política da UNEB, editor da Revista NOVOS TEMAS e diretor do ANDES/SN
- Sofia Manzano – Economista, professora USJT e diretora do ICP
- Tito Flávio Bellini – Historiador e professor universitário
- Solon Santos – Sociólogo
- Antonio C. Mazzeo – UNESP e diretor do ICP
- Cesar Mangolim – FMU
- José Valter Canoas – UNESP
- Mercedes Lima – Professora da Universidade Estácio de Sá-SP
- Antonio Carlos – UNIESP
- Anderson Deo – UNESP
- Caio Navarro de Toledo – Professor aposentado da UNICAMP
- Ivan Hermine – Professor universitário
- Kennedy Ferreira – Sociólogo
Do site do Giannazi prefeito: http://giannazi50.com.br/giannazi/