Em pronunciamento feito no dia 16 de maio na Assembleia Legislativa, o deputado Carlos Giannazi defendeu a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, no âmbito da Câmara Municipal de São Paulo, com a finalidade de investigar com rigor as graves denúncias de enriquecimento ilícito de Hussain Aref Saab, ex-diretor do Departamento de Aprovação de Edificações da Secretaria de Habitação do município de São Paulo.
Giannazi disse que o caso é muito grave, pois se trata de um funcionário da prefeitura paulistana que tinha em suas mãos o poder decisório de aprovar a construção de empreendimentos habitacionais, comerciais e, na prática, pelo que as investigações ora em curso apontam, trabalhar em favor da especulação imobiliária patrocinada pelas empreiteiras com o aval, já demonstrado em inúmeras intervenções urbanas, do atual prefeito Gilberto Kassab. Dentre suas atribuições estava a instrução, análise e decisão dos pedidos de licença para construção, reforma e reconstrução de edificações de médio e grande porte na capital.
O deputado destacou também que o ex-diretor tinha sido nomeado por Kassab quando o mesmo exercia o cargo de secretário de Planejamento ainda na gestão Pitta. Posteriormente, quando Kassab foi vice-prefeito de José Serra, em 2005, Hussain Aref Saab fora novamente nomeado por sua indicação. “Há fortes indícios de que haja um grande esquema montado entre a administração municipal e as construtoras. As denúncias de enriquecimento ilícito deste ex-diretor devem ser investigadas a fundo pelo Ministério Público Estadual também, pois pode ser apenas a ponta do iceberg desse esquema”, argumentou Giannazi, que defende minuciosa apuração dos fatos e punição exemplar para os culpados.
Há tempos que o deputado Carlos Giannazi vem lutando, junto à população, contra a especulação imobiliária que Kassab avaliza em todas as regiões da cidade. Operações urbanas desmedidas, cessão de terrenos públicos a empreendimentos imobiliários e venda sem critério socialmente justificável de patrimônio municipal como escola, biblioteca, teatro etc têm tornado o prefeito um “corretor de imóveis” em larga escala, transformando a Prefeitura de São Paulo numa “imobiliária”.