Por Juninho
Fonte: Círculo Palmarino
http://www.circulopalmarino.org.br
Ontem, debaixo de uma fina e gelada garoa, centenas de manifestantes, do movimento negro, de direitos humanos, sindical e popular, além de partidos políticos e parlamentares, ocuparam a Praça Ramos, em frente às escadarias do Teatro Municipal de São Paulo, para denunciar a violência policial contra a população negra.
O treze de maio foi transformado em dia de luta e de denúncia contra o racismo. Organizado pelo Comitê Contra a o Genocídio da Juventude Negra, a manifestação – que começou ao meio dia e se estendeu até o começo da noite – mesclou intervenções culturais e falas de caráter político.
No início da atividade, policiais militares apreenderam faixas do Comitê que expressavam a indignação da população brasileira com a crescente onda de violência policial contra jovens e negros. Apesar da repressão, os manifestantes mantiveram o espírito de luta e combatividade dentro da melhor tradição quilombola e palmarina. UNEAFRO, Círculo Palmarino, MNU, UNEGRO e lideranças de diversas entidades negras e organizações de cultura afro estiveram revezaram-se a frente da manifestação, denunciando a violência praticada contra a população afrodescendente. O Movimento Mães de Maio, de São Paulo e a Rede Contra a Violência, do Rio de Janeiro, assim como, mães que tiveram seus filhos assassinados por policiais dos estados de SP, RJ e MG expuseram toda sua dor, sofrimento e indignação diante da triste realidade que vitima jovens negros, nas periferias dos grandes centros urbanos brasileiros. Estiveram presentes no ato o deputado federal Ivan Valente (PSOL) e os deputados estaduais Adriano Diogo (PT), José Cândido (PT) e Leci Brandão (PCdoB). O ato contou com a participação de diversos artistas com o núcleo Força Ativa, Anexo Verbal e Taíde.
O 13 de maio de lutas é um novo marco político para o movimento negro. Debaixo do frio e da garoa, abriram-se novas clareiras em que o calor da solidariedade política dos que estão em luta contra o sistema racista e excludente, contra a lógica repressora do neoliberalismo e do capitalismo, acendeu o fogo da esperança em dias justos, de paz e justiça entre todos os homens e mulheres, independente da cor da pele. Como afirmou uma mãe que perdeu seu filho vítima da violência policial: “Não há democracia, sem justiça”!!!