O candidato do PSOL ao governo de São Paulo, Paulo Bufalo, foi o segundo a se pronunciar no debate realizado pela TV Gazeta, nesta terça-feira, dia 24. Ao ser questionado junto com os demais candidatos o que faria para restaurar a ética na política e resgatar a credibilidade do homem público, não titubeou “para nós do PSOL, a questão da ética na política é um valor irrevogável, assim como o combate à corrupção e a coerência na política”, afirmou
Segundo Bufalo, o PSOL já demonstrou no Congresso nacional, a coragem necessária para denunciar a corrupção. “Demonstramos isso lutando no ‘Fora Sarney’, mas fomos impedidos por uma base governista que preferiu a governabilidade”, destacou. O candidato do PSOL aproveitou a oportunidade para alfinetar os candidatos participantes, que se aliam ao PSDB no âmbito regional de São Paulo, mas que no âmbito nacional estão engajados na sucessão de Lula. “Nós temos aqui seis candidatos, mas apenas duas disputas, o PSOL e os demais”, disse.
Saúde é o tema da pergunta feita a Paulo Bufalo; dívida pública é questão do PSOL a Mercadante
No 2º Bloco do debate realizado pela TV Gazeta e o jornal Estadão, o candidato Paulo Bufalo (PSOL) foi sorteado para responder à pergunta realizada pelo candidato Celso Russomano (PP). O candidato socialista foi perguntado sobre o que pretende fazer para melhorar a saúde.
Bufalo falou sobre a importância de se garantir um serviço público de saúde, garantido pelo Estado. “O governo do Estado de São Paulo e o governo federal têm tratado a saúde como mercadoria. O Estado abandonou a prevenção”, afirmou, destacando que o PSOL defende o Sistema Único de Saúde 100% público. O candidato do PSOL ainda falou da necessidade de se combater a entrega dos direitos às organizações sociais (OSs) e fundações privadas. “A saúde preventiva é primordial”, concluiu.
Na mesma linha o candidato do Celso Russomano (PP), aproveitou a réplica para também defender a saúde pública. “É preciso investir em saúde preventiva. A cada 1 real gasto em saúde preventiva estamos economizando 3 reais em saúde emergencial”,disse.
Dívida Pública
No mesmo bloco, Paulo Bufalo perguntou para Aloizio Mercadante (PT) qual seria sua prioridade, o pagamento dos juros da dívida pública de São Paulo ou o investimento em serviços públicos? Mercadante criticou o arrocho fiscal introduzido pela política neoliberal na década de 1990 e prometeu criar um órgão de fomento estadual, à imagem do BNDS (Banco Nacional de Desenvolvimento).
Na réplica, Bufalo do PSOL questionou “ninguém fala em mexer no acordo dessa dívida”, que em 2009 estava na casa de R$ 145 bilhões (CPI da Dívida Pública). “Governar é fazer escolhas, precisamos atacar e fazer a auditoria da dívida pública. Sem auditoria não é possível reverter os recursos para áreas sociais: ou se serve aos banqueiros, ou aos cidadãos de São Paulo”, concluiu.
“O Estado de São Paulo não cuida nem da sua casa: despeja o esgoto do Palácio Bandeirantes in natura nos rios”
Com a temática do meio ambiente, o candidato do PSOL, Paulo Bufalo, foi questionado pelo jornalista Celso, o que fará, caso seja eleito para resolver o problema da poluição das praias paulistas. “O Estado de São Paulo não cuida nem da sua casa: despeja o esgoto do Palácio Bandeirantes in natura nos rios”, disparou Bufalo, em sua resposta.
Segundo o candidato do PSOL, para que haja tratamento não só das praias, como também dos rios é preciso fazer planejamento e “não reintroduzir projetos falidos como o projeto de transposição das águas da bacia do Paraíba do Sul, Vale do Ribeira e Médio Tiete”, criticou. Para o socialista, esses rios estão degradados pela falta de políticas de saneamento básico. “O Estado de São Paulo não é indutor de políticas de saneamento básico”, afirmou. Além disso, “para o tratamento e cuidado de nossas praias e rios é preciso enfrentar a especulação imobiliária e a ocupação irregular”, concluiu.
Educação e impostos foram os temas do 4º bloco para Paulo Bufalo
O candidato do PSOL perguntou ao candidato do PT o que ele acha sobre o Plano Nacional de Educação (PNE), elaborado pela sociedade civil em 1998 e que previa uma meta de 7% de investimentos do PIB em educação até 2011. O governo Fernando Henrique Cardoso vetou esse dispositivo e o governo Lula, do mesmo partido de Mercadante, manteve o veto.
Segundo Mercadante, o governo Lula foi o que mais investiu em educação no Brasil. No entanto, ele se contradisse a informar os dados dessa conta. Primeiro ele afirmou que o governo Lula triplicou investimentos em educação, mas depois afirmou que “tirando a inflação nós quase dobramos”. O fato é que o governo federal investe atualmente apenas 2,88% do PIB em educação.
Na sequência, Paulo Bufalo foi sorteado para responder a pergunta de Paulo Skaff (PSB), que perguntou sobre a substituição tributária no Estado de São Paulo. “Fui autor de legislação, inclusive, na cidade de Campinas para impedir que grandes supermercados fizessem, por exemplo, venda de combustíveis, colocando caixas e funcionários para vender combustível”, sem carteira assinada ou pagamento diferenciado pelos serviços com combustível.
Segundo Bufalo o que é preciso “é enfrentar essa lógica da tributação do país, mudar as prioridades na tributação”. Hoje uma pessoa que ganha até três salários mínimos paga 43% do salário em tributação, enquanto aquela que ganha mais de 30 salários, paga em tributos cerca de 23% dos rendimentos.