Karol Assunção *
Adital –
Amanhã (27), Brasília conhecerá a Rede de Comunicadores pela Reforma Agrária. O lançamento da Rede acontecerá às 19h, na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários do Distrito Federal (SindiMetrô-DF). O evento contará com a presença do cientista político, Venício Lima, do jornalista da Carta Capital, Leandro Fortes, e do assessor do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), Edélcio Vigna.
Essa não será a primeira vez que a Rede será apresentada para os brasileiros. No início de março, ela foi lançada em São Paulo e, segundo Carolina Ribeiro, uma das comunicadoras da Rede, a intenção é que ocorram eventos semelhantes em outras cidades do país. Apesar de ainda nova, segundo Carolina, 243 pessoas já aderiram à Rede e o número de colaboradores e apoiadores cresce a cada dia. "Já estamos articulando [a Rede] no Ceará e no Rio de Janeiro", comenta.
De acordo com Carolina, a ideia da Rede é ser uma resposta aos ataques realizados contra o Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e demais lutadores pela reforma agrária, intensificados no início deste ano. "Queremos desmentir a grande mídia e oferecer outros dados, outros tipos de informações acerca da reforma agrária", afirma.
Prova desses ataques contra os lutadores e as lutadoras pela reforma agrária é a criminalização dos movimentos sociais e a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), em 2009, para investigar o MST. Situação agravada também pela forma como a "grande imprensa" cobre as ações de luta pela reforma agrária no país.
"Quem comanda essa campanha [de criminalização dos movimentos sociais] tem dois objetivos: impedir que o governo federal estabeleça novos parâmetros para a reforma agrária (depois de três décadas, o governo planeja rever os ‘índices de produtividade’ que ajudam a determinar quando uma fazenda pode ser desapropriada); e ‘provar’ que os que derrubam pés de laranja são responsáveis pela ‘violência no campo’", destaca o manifesto da Rede, lembrando a ocupação do MST em terras utilizadas ilegalmente pela Sucocítrico Cutrale e amplamente repercutida pela grande imprensa com o objetivo de criminalizar o Movimento.
A comunicadora explica que, para responder a essa campanha contra a reforma agrária, a Rede trabalhará a partir de duas frentes: na alimentação do blog www.reformaagraria.blog.br, com textos, análises e dados sobre o assunto; e na sensibilização da sociedade, através de debates. "Queremos oferecer outra visão sobre a questão da reforma agrária; ser um contraponto à grande mídia", afirma.
Com informações de http://www.reformaagraria.blog.br/