As Pastorais Sociais e CEBS da Arquidiocese de São Paulo junto com entidades como a Intersindical, Conlutas, MTST e também os partidos de esquerda: PSOL, PSTU e PCB, preparam o 1º de maio de luta na Praça da Sé. Já são onze anos ininterruptos de atos com um corte nitidamente classista e de luta no centro de São Paulo.
O 1º de maio da Sé tem sido um marco de resistência, de reunião daqueles que não se venderam e nem se renderam à lógica dominante e aos acordos com os patrões e com os governos.
Esse perfil independente se coloca também na organização do ato. Diferente dos atos que são patrocinadas por grandes conglomerados capitalistas (os mesmos que exploram a mão de obra dos trabalhadores e usam a data para fazer marketing social) e por empresas estatais, o 1º de maio da Sé conta com o esforço das próprias entidades a ele vinculado e principalmente com a disposição militante de companheiros e companheiras em sua organização, divulgação e realização.
O 1º de maio de 2010 deve ser expressão de luta, deve ser uma prova de independência política da classe trabalhadora e de suas organizações, deve rememorar as lutas, lembrar nossos mártires para reacender a disposição de mudanças dos que hoje cerram fileiras contra a exploração do capital.
Para que isso aconteça, tenha força, marque a resistência dos que lutam, é preciso o engajamento de todos na preparação e organização do 1º de maio. Os materiais de convocação, panfletos e cartazes já estão disponíveis na sede da Pastoral Operária (Rua Venceslau Bras 78 1º Andar – Sala 101 – Metrô Sé – Centro – São Paulo -Telefone: 11 3106 5531).
É fundamental garantir a divulgação também por meio digital, listas, redes sociais, sites e blogues de entidades, movimentos, pessoas que estão engajadas na preparação deste 1º de maio devem se somar nesta luta.
A organização do ato vai definir um calendário de panfletagens nos grandes pontos de concentração de SP. É fundamental o envolvimento da nossa militância nesse processo.
O PSOL SP considera decisiva a organização de um 1º de maio combativo, que expresse o conjunto de reivindicações e as mais variadas lutas da classe trabalhadora, que mantenha firme o grito de mudança, de transformação social, de luta pelo socialismo.
Sigamos todos na construção do 1º de maio de luta na Sé.
Leia abaixo a íntegra do texto do panfleto impresso e as entidades que assinam a convocatória do 1º de maio de luta na Praça da Sé.
1º de Maio não é dia de festas, showmícios ou sorteios, 1º de Maio é dia de luta e luto ! Luto porque em 1886 milhares de trabalhadores saíram às ruas de Chicago nos EUA por melhores condições de trabalho, dentre elas a redução da jornada para 8 horas. Foi uma grande greve geral violentamente reprimida com várias prisões, dentre estas a de cinco sindicalistas que foram condenados à morte, estes ficaram conhecidos como os mártires de Chicago; sendo assim, o 1º de Maio é o dia dedicado a todos aqueles que tombaram lutando e também é a data onde os trabalhadores do mundo todo (menos nos EUA) saem às ruas por direitos e conquistas.
Ao invés de organizar as lutas dos trabalhadores, algumas centrais sindicais no Brasil, como a Força Sindical e a CUT, realizam neste 1º de Maio showmícios financiados pelas mesmas empresas e governos que atacam nossos direitos. Para nós o 1º de Maio é dia de lutar contra o capitalismo, denunciando as grandes empresas, os Estados e seus governos; e reafirmar a luta cotidiana para transformar a sociedade e continuar buscando a construção de uma sociedade justa e igualitária, a sociedade socialista.
A situação da maioria do povo brasileiro continua muito difícil, milhões de trabalhadores estão desempregados ou vivendo de bicos. Mesmo os empregados na maioria das vezes não recebem o suficiente para viver dignamente. Muitos vivem em moradias precárias e os serviços públicos estão completamente abandonados, a educação, a saúde, o transporte, a infra-estrutura. A violência e a falta de perspectiva da juventude preocupam e os recursos naturais estão sendo destruídos pela ganância do capital.
No Brasil, apesar dos discursos bonitos os governantes não investem nas políticas públicas, prejudicando os mais pobres. Ao invés de atender as reivindicações populares, o Estado criminaliza a pobreza e os movimentos sociais que lutam por vida digna.
Em São Paulo, Serra e Kassab não tem a menor preocupação social. Exemplo disso na cidade foi o que aconteceu com as áreas atingidas pelas enchentes (como o Jd. Pantanal na zona leste) e a política de expulsão da população em situação de rua das áreas centrais. No estado gastam-se milhões para iludir o povo dizendo que tudo está melhor, mas quem depende da saúde e do transporte público sabe o caos em que eles se encontram, além disso, na educação os professores tiveram que recorrer à greve para defender uma escola pública de qualidade.
Lula continua adotando a política do “para o capital tudo, para o social migalhas”. Os bancos nunca lucraram tanto enquanto isso suas reformas atacam direitos trabalhistas e previdenciários. Apesar de ter sido eleito com a esperança de mudar a realidade social e econômica da classe trabalhadora, ele se limita a utilizar as “bolsa isso, bolsa aquilo”, explorando a miséria popular.
Não podemos esquecer a dimensão internacionalista do 1º de Maio, somos solidários com o povo irmão do Haiti que sofreu com o terremoto, mas que continua sofrendo cotidianamente com a ocupação militar estrangeira (inclusive brasileira). Sem contar a ação imperialista dos EUA que se faz presente pelo mundo inteiro, de modo muito evidente no Haiti e no Oriente Médio, em particular na Palestina, no Iraque e no Afeganistão.
Por tudo isso é que o 1º de Maio de Luta é na Sé !
Fórum das Pastorais Sociais e CEBS da Arquidiocese de São Paulo – INTERSINDICAL – CONLUTAS – MTST – ANEL – CONTRAPONTO – MUST – SEFRAS – Padres Oblatos de Maria Imaculada – Casa da Solidariedade – Fórum dos Trabalhadores Desempregados – Tribunal Popular – Fórum Popular de Saúde – Espaço Cultural Carlos Marighela – Instituto Zequinha Barreto – Circulo Palmarino – PCB – PSTU – PSOL