MANIFESTO AOS MILITANTES DO PSOL
A III Conferência Nacional Eleitoral do PSOL é um momento importante da história de nosso partido, pelo cenário político em que ela se desenvolve e os objetivos que ela pretende alcançar. Nesta Conferência definiremos o candidato que nos representará nas eleições de 2010, o programa de governo, a política de alianças e a linha de campanha.
Há no debate eleitoral uma falsa polarização entre dois blocos políticos e que o PSOL não pode se furtar da tarefa de desmistificar: de um lado o PT, PMDB e seus aliados e de outro o bloco liderado pelo PSDB e DEM. Esta polarização é na essência a certeza de que fica garantida a estabilização dos interesses dominantes em nosso país, ou seja, ganhe quem ganhar dentre estas duas hipóteses, nada mudará de substantivo na vida de nosso povo. No caso de Marina Silva/PV ficou demonstrado não ter interesse em se opor ao sentido político, programático e ideológico expressos nas opções dos dois blocos de partidos dominantes no país.
A disposição em confrontar projetos antagônicos é que justifica a construção do PSOL e sua participação nas eleições de 2010. Nossa tarefa, no entanto, não se resume a denunciar a falsa polarização entre dois blocos políticos conservadores. Mas, sobretudo, nos apresentar como alternativa política de esquerda para o povo brasileiro. Por isso, a unidade política real e sincera do partido para cumprir esta tarefa é fundamental.
É contra a permanência da estrutura perversa do capitalismo, que o PSOL deve se apresentar como porta voz de um novo projeto de sociedade. Que se referencie no atendimento das demandas mais imediatas da população, mas aponte, por meio de medidas transitórias, para uma profunda transformação social e econômica no Brasil.
Este novo projeto de sociedade passa necessariamente por um programa de caráter popular, democrático, ecológico, socialista e que reúna capacidade de promover a necessária transição para superar a sociedade capitalista engendrando rupturas para a afirmação do socialismo.
Para tanto, questões como auditoria da dívida pública com a suspensão do pagamento dos juros e amortizações do principal; serviços de saúde e educação pública; defesa da soberania nacional através do controle dos recursos nacionais e energéticos pelo estado; defesa da Amazônia; a relação homem/natureza definida por meio de um ponto de vista ecosocialista; combate implacável à criminalização dos movimentos sociais e da pobreza, e a realização da reforma agrária e da reforma urbana, são algumas das bandeiras que devem estar no centro de um programa que enfrente a atual política econômica e responda a crise social vigente no país.
Por isso, uma das principais tarefas da III Conferência Nacional Eleitoral do PSOL será aprofundar o debate destes temas e avançar na elaboração de um programa para o Brasil que seja capaz de responder a complexidade da disputa eleitoral de 2010. O programa do partido deve ser visto enquanto uma construção coletiva que envolva todos os seus militantes, setoriais, grupos e tendências, levando em conta sua real inserção nos movimentos sociais e a sua rica pluralidade.
Para representar esse programa e enfrentar o quadro adverso da disputa presidencial de 2010, o melhor candidato para o PSOL é o camarada Plínio de Arruda Sampaio. Sua autoridade moral, história e reconhecimento público junto a vários setores da esquerda, da intelectualidade, dos movimentos sociais e populares, conquistados em mais de 50 anos de vida pública, o credenciam para realizar o grande debate sobre os rumos do Brasil. Plínio expressa a persistência da luta e a força da convicção no projeto socialista. Em seu mandato de deputado federal constituinte, em suas duas campanhas para governador de São Paulo, sendo a última pelo PSOL, com mais de meio milhão de votos, e em tantas outras ações de envergadura nacional, como sua atuação destacada na luta pela reforma agrária. Em 2010, Plínio colocará sua experiência e convicção a serviço da construção do PSOL como uma ferramenta democrática e plural indispensável para a continuidade da luta por outro Brasil.
Nós que subscrevemos este manifesto temos confiança na palavra firme e radical de Plínio, e por isso viemos a público esclarecer nossas razões políticas em apoiá-lo. Além das características positivas que encontramos em Plínio, consideramos que sua pré-candidatura é a personificação de um compromisso partidário, composto por correntes políticas, personalidades públicas, lideranças do movimento popular, sindical, partidária, de nossa juventude, do acúmulo organizativo de nossos setoriais e ativos partidários tais como, mulheres, negros, indígenas, de que o PSOL deva ser fortalecido enquanto uma ferramenta democrática e uma alternativa programática de esquerda para o Brasil.
A tática de campanha que defendemos – para veicular na propaganda de TV e rádio, nos debates e em qualquer espaço público que estivermos presente – é associar a defesa deste programa com uma forte propaganda pelo voto na legenda e nos candidatos a deputados estaduais e federais pelo PSOL. O chamado para que a população vote no PSOL 50 deve estar fortemente associado ao objetivo de manter e ampliar a representação parlamentar do PSOL no congresso nacional e nas assembléias legislativas, por ser um partido que tem compromisso com as causas populares e combatido fortemente a corrupção.
A campanha eleitoral do PSOL também será uma ferramenta para a reorganização da esquerda socialista brasileira. Por isso, defendemos que a campanha seja uma construção coletiva e unitária, com a participação de todas as tendências e setores do partido, respeitando a decisão soberana que será tomada pela III Conferência Nacional Eleitoral do PSOL. Este é um compromisso que o companheiro Plínio e os apoiadores de sua pré-candidatura assumem, desde já. Plínio é militante de partido e estará em completa sintonia com a direção política do PSOL. Plínio, como candidato a presidente, não será representante de parte do partido ou daqueles que o apoiaram. Será o candidato de todo o PSOL.
Este chamado à unidade será estendido aos demais setores da esquerda socialista, como o PSTU, o PCB, os movimentos sindicais e populares e os milhares de ativistas espalhados pelo nosso país. Nesta conjuntura é imperiosa a unidade no campo da esquerda socialista para a necessária construção de uma alternativa de esquerda ao governo do PT. A construção desta unidade e alianças deverá ser coordenada pela direção nacional do partido, com o mandato que a III Conferência Nacional Eleitoral certamente irá lhe conferir.
Por fim, queremos convocar todos os militantes a participarem das plenárias municipais e encontros estaduais que irão debater e eleger os delegados do partido à III Conferência Nacional Eleitoral do PSOL. Vamos juntos construir uma grande conferência eleitoral, que reafirme o caráter democrático de nosso partido e fortaleça a nossa unidade para enfrentar os candidatos do governo e da oposição de direita. Vamos colocar o PSOL em movimento, nas ruas, nas lutas populares, nas eleições, para fortalecê-lo cada vez mais enquanto um espaço democrático de reorganização da esquerda brasileira e de lutas pela transformação socialista do Brasil.
Ousar, lutar e vencer!