Por Aldo Santos
Centenas de professores (as) que compõem o conselho estadual de representante da APEOESP, aprovaram indicativamente que os professores do Estado entrarão em greve a partir do dia 05 de março de 2010 por tempo indeterminado.
Durante todo dia, avaliamos os ataques do governo, a prepotência dos tucanos e a humilhação desferida contra milhares de professores no estado de São Paulo.
Avaliamos as leis nefastas aprovadas em 2009, o provão dos OfAS, o caráter eliminatório das duas listas no processo de atribuição de aula e a defasagem salarial em que a categoria se encontra.
Somam-se a isto, as precárias condições de trabalho que nos deparamos em todo início de ano letivo, com as famosas “vaquinhas”, onde os professores cotizam para suprir aquilo que qualquer micro empresa assegura aos seus trabalhadores: café e água nos intervalos,papel higiênico nos banheiros , direito a um armário para guardar os pertences e a gratuidade dos estacionamentos.Os direitos elencados acima quando existem são por conta de acordos com os aluguéis das cantinas e na grande maioria, professores pagam até seguranças em frente as escolas.
Além disso, são salas sem vidros, janelas que foram roubadas, chuvas nas salas de aulas, banheiros imundos, verdadeiras “florestas dentro das escolas” ,falta de bibliotecas, “deveteca “e salas de informáticas.
Acrescenta-se ainda a falta de funcionários merenda para todos e constantes ofensas e assédio moral de gestores e alunos para com os educadores.
Nos planejamentos, em algumas escolas ofereceram aos professores um kit da mesmice, com apagador , giz, caneta, lápis, borracha, branquinho e em algumas escolas ainda fomos responsabilizados pelos baixos índices que dos alunos obtiveram no ano letivo de 2009 .
As ferramentas de trabalho acima citada, rondam as escolas a décadas sem novidade ou renovação, mesmo diante de um novo mundo marcado por novas tecnologias e paradigmas educacionais.
O governo Serra e o Secretário Paulo Ranato são personas não gratas a educação brasileira, pois há anos os Tucanos governam o estado de São Paulo e a cada ano, piora a qualidade de ensino, as condições de trabalho e a valorização profissional . Ao não assumirem suas incompetências e inabilidades, os mesmos atribuem aos educadores às mazelas que eles produzem, como se nada tivessem a ver com suas incompetentes , inoperantes e privatista política educacional.
O Sucateamento, a proletarização e a desconstrução da figura do educador, está dentro de uma lógica cujo objetivo final é entregar a educação nas mão dos empresário , onde o lucro é a lógica e a exclusão e a tônica.
A política educacional estadual está alicerçada no PDE de Haddad e Lula e, em dezenas de municípios a municipalização de ensino tem levado a diminuição da oferta de emprego alem de afugentar os alunos do ensino médio que conquistaram esse ensino perto das suas casas.
Diante do provão dos OFAS que levou em algumas áreas, ao subemprego da categoria, (que a diretoria majoritária do sindicato equivocadamente chama de estabilidade e acha que foi uma vitória); diante da excludente avaliação por mérito , onde uma ínfima parcela receberá , enquanto a grande maioria será também reprovada; diante da divisão da categoria em efetivo, f, L,O, a categoria necessita de urgente unidade para enfrentar esses verdugos de plantão.
Vamos colocar o bloco na rua e enfrentarmos esse governo com uma grande e forte greve pela valorização profissional , estabilidade dos ACTs, emprego e condições de trabalho, abertura de salas de aulas, diminuição de alunos nas salas de aulas,dentre outros pontos.
No dia 27 de fevereiro será realizada a reunião dos representantes de escolas nas Subsedes do estado e, dia 4 de março, ocorrerão às assembléias regionais.
No dia 5 de março de 2010, vamos todos e todas a Assembléia Estadual para deflagrarmos nosso movimento e passar esse governo a limpo.
De cabeça erguida e com a “história na mão” vamos a luta para derrotar esse governo, arrancarmos importante vitória para os históricos lutadores e defensores da escola publica do estado de são Paulo; antes que eles liquidem São Paulo.
Lutar e vencer é preciso!!!
Aldo Santos: sindicalista, ex-vereador SBC, presidente da Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo, Coordenador da corrente política TLS , membro do Diretório Nacional e da executiva estadual do Psol-sp.(22/02/2010)