Cerca de um milhão de pessoas encheram por completo o centro de Roma para participar no "No-Berlusconi Day", dois meses depois do lançamento da iniciativa na rede social Facebook. A expressão do descontentamento com o primeiro-ministro italiano, mas também com a oposição parlamentar, esteve na origem desta manifestação. No palco montado naquela praça romana onde terminava a manifestação, sucederam-se as intervenções de personalidades ligadas à vida cultural e de outros setores da sociedade italiana, à excepção dos políticos italianos.
"Esta é uma manifestação convocada por cidadãos na internet e graças à internet. Somos um movimento político, mas não pertencemos a nenhum partido e decidimos organizar esta manifestação justamente porque os partidos não o fazem", disse aos jornalistas Gianfranco Mascia, um dos promotores do No B-Day.
Apesar de afastados do palco, os partidos da oposição participaram no cortejo da manifestação e desde a lista de Di Pietro à Refundação Comunista, ninguém quis ficar de fora desta grande iniciativa, onde a maior parte das palavras de ordem apelava à prisão do primeiro-ministro e dos mafiosos com influência no aparelho de Estado.
O dia foi assinalado em diversas cidades no mundo, pedindo o afastamento do tipo de política da qual o primeiro ministro italiano é símbolo. Matia, um dos organizadores da concentração em Lisboa, afirmou que "as manifestações no estrangeiro são importantes para sensibilizar as pessoas que o governo Berlusconi não é só uma questão italiana. Sua maneira de fazer política pode chegar a outros países e diminuindo o grau de democracia, a exemplo de itália. A manifestação também é importante para que as pessoas não percam, como muitos em Itália, a consciência política e a postura crítica em relação aos nossos governantes".
O Deputado do Bloco de Esquerda José Gusmão esteve presente e afirmou que "O que se passa hoje em Itália é mais do que um governo de direita, é um governo que tem a democracia sequestada, através da pressão e do controle sobre do sistema judicial e da comunicação social. O condicionamento da liberdade de imprensa está também degenerando em ataques à liberdade de expressão de uma forma generalizada. Essa manifestação é importante porque é importante conseguir que no plano internacional esta política e esse governo seja isolado no contexto da União Europeia".
Por Esquerda.net. Foto de Gustavo Toshiaki.