Cerca de 1500 manifestantes marcharam pelas ruas de São Paulo neste feriado. Em ato realizado no Parque da Independência, movimentos sociais e centrais sindicais afirmaram que os trabalhadores não vão pagar pela crise do capitalismo e exigiram que as riquezas do pré-sal sejam usadas no combate à desigualdade social.
Debaixo de um sol forte, cerca de 1500 pessoas participaram da 15a edição do Grito dos Excluídos, neste feriado de 7 de setembro, em São Paulo. Com o tema “Vida em primeiro lugar – A força da transformação está na organização popular”, o Grito dos Excluídos teve início com uma celebração na Catedral da Sé e, depois de uma marcha pelas ruas da cidade, terminou com um ato político no Parque da Independência. Animados pela música do grupo afro Arte Popular, os manifestantes empunharam bandeiras e faixas pedindo a inclusão social no país.
“Ao contrário do que disseram, a crise econômica não foi uma marolinha. Nas periferias, a pressão sobre os trabalhadores é pesada; são eles que estão pagando pela crise”, criticou o representante do MST. “No campo, com este Estado, sabemos que a reforma agrária também não vai sair. É só a nossa luta conjunta que pode mudar esta situação”, completou.
Para Pedro Paulo, que falou em nome da Intersindical, não existe país soberano nem povo livre enquanto há falta de emprego, de saúde, educação e moradia. “Vivemos no Brasil um momento de aprofundamento do neoliberalismo. Enquanto fazem propaganda enganosa de que a crise já passou, a ameaça da retirada dos direitos, de redução dos salários e do desemprego está no cotidiano da população”, explicou. “Neste momento de ataque à classe trabalhadora, é preciso unificar os setores combativos do campo e da cidade para construir um novo instrumento para combater o neoliberalismo e o capitalismo”, disse Pedro Paulo.
O Grito dos Excluídos também exigiu “100% do petróleo para os brasileiros” e “100% da Petrobras para o Brasil”. E pediu a saída de Sarney da Presidência do Senado. “Depois do acordo no Senado, com o apoio do PT e do PCdoB, Sarney virou o melhor amigo de Lula, assim como toda a escória que explora e oprime o povo brasileiro: Maluf, Collor, Renan…”, criticou Gegê, da Conlutas.
EM DEFESA DA RESISTÊNCIA LATINO-AMERICANA
Realizado em meio a um golpe militar em Honduras, que já dura mais de dois meses, o Grito dos Excluídos também manifestou solidariedade à resistência do povo Hondurenho e repúdio aos golpistas, que tiraram o presidente Manuel Zelaya do poder. “Na verdade, vivemos uma nova ofensiva imperialista na América Latina, com a instalação de bases dos Estados Unidos na Colômbia, para atacar os avanços da revolução bolivariana em nosso continente”, afirmou Pedro Paulo, da Intersindical.
Ana Maria, do Fórum das Pastorais Sociais da Arquidiocese de São Paulo, encerrou o ato político afirmando que “juntos vamos reescrever a história para todos. O Grito dos Excluídos não termina aqui. É a nossa história que começa”.
Do site do deputado Ivan Valente