A Câmara dos Deputados aprovou na tarde desta terça-feira (22) que seja formada uma comissão de parlamentares para visitar Honduras com o objetivo de verificar a situação da embaixada e dos brasileiros no país.
Em entrevista ao UOL Notícias, o deputado Ivan Valente (PSOL-SP), conta por que decidiu propor a comissão.
UOL Notícias: Qual foi sua preocupação ao propor a comissão?
Ivan Valente: Está havendo uma ameaça à integridade da embaixada, os golpistas estão ameaçando invadir a embaixada, que é território livre, inviolável. Hoje também aprovamos uma moção de repúdio à intimidação que está sendo feita contra os manifestantes. Pensamos nessa ameaça.
UOL Notícias: A comissão vai averiguar a situação dos brasileiros?
Ivan Valente: Brasileiros que moram em Honduras, claro, e os funcionários da nossa embaixada, que estão sob pressão mais clara, inclusive com cortes no fornecimento de água, energia.
UOL Notícias: Levar uma comissão a Honduras significa apoiar a postura do Brasil?
Ivan Valente: É obrigação do Brasil receber o presidente constitucionalmente eleito que chega às portas de sua embaixada. Zelaya não é um fugitivo, como as autoridades golpistas hondurenhas querem colocar.
UOL Notícias: É positivo que o Brasil tenha apresentado uma postura clara com relação a essa crise política internacional?
Ivan Valente: É positivo, sim. E não foi só o Brasil, todos os países latino americanos, a ONU, os Estados Unidos condenaram o golpe. O governo brasileiro acerta em se posicionar nesse conflito que pode acabar em uma guerra civil.
UOL Notícias: Quais são os próximos passos?
Ivan Valente: A proposta foi acolhida pelo presidente da Câmara [Michel Temer], que propôs conversar com o Senado e formar uma comissão mista. Agora é preciso definir os componentes da comissão, se a locomoção será por avião de linha ou não, esses detalhes que vão moldar concretamente a viagem.
Fonte: UOL Notícias