A Comissão de Direitos Humanos e Minorias vai convidar para audiência pública o ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Edson Santos, para discutir as denúncias de racismo e agressão contra um vigilante em um hipermercado em São Paulo.
Aprovada nesta quarta-feira (23), a audiência requerida pelos deputados Chico Alencar (PSol-RJ) e Ivan Valente (PSol-RJ) e ainda não tem data marcada. Também serão convidados a vítima, Januário Alves de Santana, e um representante do hipermercado Carrefour.
Espancado e humilhado
O vigilante Januário Alves aguardava a esposa que fazia compras ao lado do carro onde a filha dormia. Nesse momento, ele foi abordado por seguranças do hipermercado que o espancaram por considerá-lo suspeito de tentar roubar o próprio carro.
Com a chegada da polícia os maus tratos físicos acabaram, porém começou a humilhação. Ao informar que era proprietário do carro, Januário ouviu declarações de cunho racista, tais como: “Você tem cara de quem tem pelo menos três passagens pela policia.”
Quando descobriram o equívoco, os policiais e seguranças o abandonaram machucado e o socorro foi prestado quando a esposa chegou. Para Valente, o crime e a sessão de tortura foram cometidos contra um trabalhador, “um cidadão negro, que foi classificado como um suspeito em potencial”.
Conivência
Alencar disse que essa situação é um grave caso de prática de racismo e de violência praticada por seguranças terceirizados, com a conivência de membros da Polícia Militar de São Paulo.
“Vamos pautar a comissão sobre esse caso para contribuir para elucidação dos fatos e para o banimento definitivo da prática de racismo em nosso país”, argumenta Alencar.
Fonte: Agência Câmara