Eles também exigem diretas para reitor, a reabertura das negociações e a saída imediata da PM do campus; funcionários e estudantes fazem passeata na terça-feira,16, para denunciar violência policial.
Por Lúcia Rodrigues
A assembléia dos professores da USP, que ocorreu nesta manhã, 10, no anfiteatro da Geografia aprovou por unanimidade a continuidade da greve e a exigência da retirada imediata das tropas da PM do campus universitário.
Os docentes também aprovaram por ampla maioria que a reitora Suely Vilela deve deixar o cargo. “Chegou a hora de dar um basta. Agora é fora Suely”, ressalta o professor da Física Américo Kerr.
“Ela (Suely) declarou, por suas atitudes, que é incapaz de continuar desenvolvendo suas atividades”, completa Francisco Miraglia, docente do Instituto de Matemática e Estatística.
Diretas já
Em atitude inédita, os professores da USP também aprovaram por ampla maioria que o próximo reitor da universidade deve ser eleito diretamente pela comunidade universitária.
“Até dois anos atrás eu era contra a eleição direta para reitor, mas depois da gestão Suely, passei a defendê-la”, comenta István Jancsó, da História.
A assembléia de funcionários, que ocorreu à tarde no saguão do prédio de História, também decidiu intensificar a campanha por diretas para reitor. A continuidade da greve foi aprovada por unanimidade. E eles também exigem a saída da reitora Suely Vilela do cargo. Os docentes vão protocolar as reivindicações na reitoria.
Unidade na ação
Professores e funcionários também decidiram que vão realizar um ato na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, para denunciar a violência policial e a presença militar no campus. A data da manifestação será definida na próxima semana.
O Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) propôs que os moradores da favela de Paraisópolis, localizada na região do Morumbi, sejam convidados para a manifestação na Faculdade de Direito.
Funcionários e estudantes também participam na próxima terça-feira, 16, de uma passeata. A caminhada prevista para hoje foi suspensa devido à chuva. Os manifestantes partirão da Cidade Universitária rumo à avenida Paulista. O objetivo é denunciar a invasão das tropas militares e a violência policial.
Demissão
Os trabalhadores da USP acompanham a audiência dos diretores do Sintusp Aníbal Ribeiro Cavali e Zelito Souza dos Santos, no próximo dia 18, no Instituto de Eletrotécnica e Energia. Os dirigentes estão sendo processados pela reitoria da USP por participarem de manifestações no campus. O processo movido pela reitoria é semelhante ao que resultou na demissão de Claudionor Brandão, em dezembro do ano passado.