Leia texto sobre a greve escrito por Sérgio Martins da Cunha, Secretário de Organização para o Interior da APEOESP e militante do PSOL-SP
A greve dos professores iniciada no último dia 13 de março vem assumindo dimensões incontroláveis para o Governo Alckmin. Nitidamente, a política de estrangulamento dos serviços públicos, em especial a educação, chegou em seu limite. Fechamento de mais de 3000 salas de aula em todo Estado, superlotação de salas com 50, 60 e até 70 alunos em casos limites, cortes de verbas para manutenção e higiene, falta de carteiras e cadeiras, demissões e imposição da chamada “duzentena” (professores contratados trabalham 200 dias e ficam 200 sem trabalhar) dão o tom das políticas educacionais do governo do PSDB em SP.
Para piorar a situação, em 27/02 Alckmin lançou decreto proibindo qualquer reajuste ao funcionalismo estadual em 2015. Curiosamente aprovou em 15/03 reajuste salarial de 17,8% para seu secretariado e 4,7% para si próprio e para o vice, Márcio França.
Os professores estão se mobilizando em todo o Estado com apoio dos alunos e da comunidade escolar. Há muito tempo não se percebia mobilizações tão sólidas. A categoria indignada com o descaso tem se organizado com o sindicato e até expontaneamente. Manifestações em diversos municípios, comandos de greve, panfletagens em terminais de ônibus, metrôs e feiras livres têm dado a tônica organizativa da categoria. As reivindicações têm encontrado eco entre a população. Fim da superlotação e fechamento das salas de aula, não à divisão da categoria em letrinhas, fim das contrações precárias, utilização do hospital do servidor (IAMSPE) para todos os professores, aumento salarial de 75% para alcançar o teto de outras profissões com nível universitário.
No dia 25 de março, iniciou-se um acampamento por tempo indeterminado em frente à secretaria de educação na Praça da República – Centro.
Mesmo com as declarações de Alckmin de que a greve não existe, a categoria tem repetido nas manifestações que enquanto as reivindicações não forem atendidas, as escolas não vão funcionar!