Reproduzimos aqui uma nota publicada pela Coordenação Nacional da Intersindical que denuncia uma prática estranha à tradição da esquerda, que fere a democracia sindical e o relacionamento franco e transparente que deve prevalecer entre os setores que lutam contra todas as formas de opressão e exploração. Eis a nota:
Denúncia: PSTU infiltra militantes em sindicato dirigido pela INTERSINDICAL
04 de junho de 2011
Coordenação Nacional da Intersindical
Conforme denuncia apresentada pelos dirigentes do Sindicato Químicos Unificados na reunião da Coordenação Nacional da Intersindical de 03 de junho de 2011, a Intersindical vem a público repudiar a prática do PSTU/CSP Conlutas.
O Sindicato dos Químicos Unificados é uma entidade que conta com a participação em sua diretoria de militantes da Intersindical, da Conlutas e independentes.
Pelo peso da sua intervenção política real na categoria, a INTERSINDICAL conta com a maioria dos militantes. Já a Conlutas, que é minoritária neste sindicato, participa da direção do Unificados com o peso proporcional ao seu tamanho e intervenção política.
Os militantes da INTERSINDICAL primam pela construção de um sindicato como frente de trabalhadores/as, onde todas as posições políticas possam expressar suas posições, opiniões e atuação sindical. Apesar disso, o Sindicato dos Químicos Unificados sofreu um duro golpe por parte do PSTU.
No processo de eleição para gestão 2011/2014, ocorreu todo um esforço de composição para uma chapa unitária, com muitas concessões por parte da Intersindical.. No entanto, este partido infiltrou dois militantes na nova diretoria do Sindicato Químicos Unificados.
Após se empregarem numa empresa, estas pessoas se passaram por operários que tinham acordo com as posições da Intersindical, participando dos fóruns de discussão de nosso coletivo para a conformação da chapa, e entraram na chapa unitária na indicação da nossa corrente. Na prática , mesmo após eleita a chapa, participaram de reuniões do coletivo da Inter com o objetivo claro de passar as informações para o Conlutas. E pior: se não tivessem sido descobertos, por quanto tempo isso poderia durar??? Até onde seriam conduzidos por tal oportunismo?
Importante ressaltar que a participação deles na chapa unitária estaria garantida, uma vez que se tivessem assumido enquanto CSP- Conlutas/PSTU, como deveriam ter feito. Além disso, tinham estabilidade garantida por terem sido eleitos cipeiros/cipistas da empresa à qual se vinculam e isso com todo o apoio da direção atual do Sindicato e da Intersindical.
No entanto, o agrupamento “Químicos da Conlutas”, lamentavelmente, agiu de outa forma. Enquanto seu agrupamento negociava com a Intersindical dos Químicos a entrada e permanência dos militantes que, publicamente, defendem suas posições , outros dois membros do PSTU/Conlutas aceitavam ser indicados , como se fossem da Intersindical, para a Chapa unitária.
Agindo dessa forma, o PSTU rompe as relações de confiança necessárias para a construção de um sindicalismo classista, democrático e unitário. Trata-se de uma prática nociva e desprezível, que lança mão do vale tudo, com mentiras, falsidades e dissimulações para construir seu projeto.
O PSTU e a Conlutas romperam o acordo para a composição da chapa unitária (Chapa 1). Trapacearam a proporção que expressam na base, que foi aferida na eleição de delegados para o CONCLAT/2010, e serviu de base para a composição. Pior que isso, se prestaram ao papel de espiões dentro da própria esquerda. Usando tais métodos, semeiam a desconfiança entre nós, nos forçam a incluir na pauta uma crise entre a esquerda que nos tira força no combate à patronal e fragilizam nosso exército.
A INTERSINDICAL repudia tais práticas no movimento dos trabalhadores, incompatível com a construção de uma sociedade socialista.