Carta à comunidade das ETECs e FATECs do Centro Paula Souza
Os professores e funcionários das Escolas Técnicas (ETECs) e das Faculdades de Tecnologia (FATECs), do Centro Paula Souza (Ceeteps), comunicam à comunidade escolar que, após dois meses sem qualquer resposta do governo às nossas reivindicações salariais, não nos restou outro caminho senão a GREVE GERAL POR TEMPO INDETERMINADO.
Apesar da imensa propaganda que o governo faz do nosso trabalho, nossos salários são os menores do Brasil, poucos trabalhadores têm direito ao vale transporte; muito poucos têm direito ao vale alimentação (cujo valor é R$ 4,00 por dia); o governo descumpre a legislação e não implanta os serviços de Medicina e Segurança do Trabalho nas unidades, o que nos impede de convalescer com dignidade. Nossa política salarial é desrespeitada desde 1996 e, apesar dos ganhos judiciais, o governo faz ouvidos moucos e ignora nosso direito ao reajuste salarial anual.
Durante todo os anos de 2009 e de 2010, tentamos conversar com o governo, apresentando as reivindicações da categoria, mas não houve retorno. Com o novo governo, tentamos novamente e não houve nenhuma sinalização de diálogo.
A situação está insuportável. A categoria não titubeou e votou maciçamente pela GREVE.
Tanto como os demais trabalhadores do país, somos pais e mães e temos obrigações com as nossas famílias. Não é possível aguentar mais um ano sem recomposição das perdas salariais, que já ultrapassam a casa dos 58% para os professores e 71% para os funcionários.
A história nos mostra o caminho: nosso último reajuste salarial foi em 2005, em razão dos 80 DIAS de GREVE em 2004.
Queremos contar com o apoio de nossos alunos e de seus pais, que pagam impostos e sabem do nosso esforço para manter a qualidade do ensino nas ETECs e FATECs. Os indicadores educacionais do Ceeteps mostram que, mesmo aviltados pelo governo há anos, mantemos nosso compromisso com a sociedade paulista e honramos a função pública que exercemos.
Ainda sabemos que a intenção final do governo em relação ao Ceeteps é a sua privatização, através da desculpa de que o Estado não terá capacidade de gerenciar a enorme estrutura que ele próprio criou. Porém, defendemos a escola pública e sempre estaremos na luta pela manutenção da qualidade e da gratuidade do ensino, pela valorização dos profissionais da educação e, em especial, da educação profissional e tecnológica.
Somos profissionais e exigimos respeito!
São Paulo, maio de 2011.
Comando Central de Greve do SINTEPS (Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza)