Assim como na USP os estudantes, professores e funcionários lotaram o auditório 333 da PUC-SP para ouvir as opniões de Plínio Arruda Sampaio e Paulo Bufalo, candidatos respectivamente à Presidência da República e ao governo do estado de São Paulo.
Sobre segurança pública Plínio atacou o sistema prisional e o Estado brasileiro que colocam um número cada vez maior de pessoas na prisão, em sua maioria negros, jovens e probres “ que são condenados por uma justiça de classe”. Esse sistema de aumento do encarceiramento potencializa o crime, pois aquele que entrar por um delito leve, como roubar um alimento para não passar fome convive com quem matou.
Além do aumento no número de presos, as condições da cadeias são cada vez piores com altos índices de superlotação, para Plínio a prisão no Brasil perdeu se caráter de ressocialização,”a prisão tem dois aspectos, o primeiro é punitivo e o segundo é o de ressocialização do preso, esse segundo foi abandonado pelo Estado brasileiro”, afirmou o candidato do PSOL.
Plínio também respondeu a perguntas sobre a quebra de sigilo fiscal e toda a polêmica em torno da ex-ministra da casa civil, Erenice Guerra. Esse tema tem monopolizado a mídia duranta o último mês impedindo que outras problemas do Brasil ganhem o destaque e o debate necessários, “É evidente que todos tem direito a privacidade, mas esse debate está monopolizando as eleições de uma tal forma que outros problemas como educação, saúde são deixados em segundo plano”, afirmou. “Além disso quem realmente tem seu sigilo quebrado é o pobre, que tem sua casa invadida sem autorização a qualquer momento”, concluiu o candidato.
Defendeu também uma reforma política no Brasil com a instituição de um regime de financiamento público de campanha e tempo de televisão igual para todos os candidatos. Essas medidas garantem que todos saem do mesmo patamar nas eleições e impende que empresas que financiam campanhas sejam privilegiadas em um futuro governo. “Se eu tivesse o mesmo tempo de televisão e o mesmo dinheiro de Dilma e Serra, certamente minha campanha estaria em outro patamar”, afirmou.
Ainda durante o debate o candidato do PSOL ao governo de São Paulo, Paulo Bufalo, defendeu a reestatização da empresa Vale do Rio Doce que foi privatizada em 1997. “A privatização da Vale foi um crime contra o povo brasilero, como pode uma empresa que tinha um valor de mercado de R$1 trilhão, ser vendida por R$3 bilhões?”, questionou Bufalo.
Alem do problema do preço da venda Paulo apontou que a Vale controla diversos setores estratégicos para o Brasil, como a produção de quartzo e outros tipos de minérios que ficaram, a partir da privatização, nas mãos da iniciativa privada que age de acordo com seu próprio interesse de lucro e não para o benefício do Brasil e dos trabalhadores.