“Governar é fazer opções. Ou se governa para banqueiros ou se investe em políticas sociais”, defendeu Paulo Bufalo.
Novamente foi o candidato do PSOL o único a tratar da raiz dos problemas nosso estado no debate entre postulantes ao Palácio dos Bandeirantes realizado nesta quarta-feira, 15, pela Rede TV! e Folha de São Paulo. Enquanto ou outros participantes tentavam se colocar como o melhor administrador da atual lógica de administração no Estado de São Paulo, Paulo Bufalo defendeu inverter as prioridades da nossa administração.
Paulo Bufalo também foi o único que lembrou dos escândalos de desvios de verbas na construção do Rodoanel, da sangria das contas públicas que a dívida pública faz no estado e das quase mil famílias do Jardim Pantanal que passaram 4 meses com suas casas alagadas.
Em suas considerações finais, o candidato, que nasceu e vive em Campinas ainda lembrou como os governos tucanos tratam o interior: “O PSDB é muito bom de PPP: Privatizações, Pedágios e Presídios”.
Durante o segundo bloco, Paulo Bufalo falou das denúncias de superfaturamento das obras do Rodoanel. “Não podemos deixar que maior obra viária do nosso estado se transforme na maior fonte de superfaturamento”, lembrando das investigações sobre superfaturamento do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre os contratos da obra. “Só o PSOL terá independência para investigar essas obras, porque é o único partido que não tem financiamento de empreiteiras na sua campanha”, afirmou. As construtora Camargo Correa e a OAS, que estão sendo investigadas pelo TCU, financiaram as últimas campanhas de Geraldo Alckmin e Aloísio Mercadante. E devem estar financiando esta campanha também.
O ex-governador Geraldo Alckmin novamente tentou impedir que as denúncias de corrupção no seu governo fossem lembradas. Mostrando nervosismo com a questão, tentou interromper a fala de Paulo Bufalo para pedir direito de resposta. Mas o tucano não pode calar as denúncias do PSOL no debate, seu pedido foi negado pela direção do debate.
Defesa da proposta de Paulo Freire
Ao ser questionado pelo jornalista Kennedy Alencar sobre progressão continuada, Paulo Bufalo atacou a distorção provocada pelo PSDB da proposta de Paulo Freire para educação. Defendendo a verdadeira proposta de Paulo Freire para combater as avaliações punitivas e permitir que cada aluno possa ter seu tempo de aprendizado respeitado. “Precisamos garantir salários justos, jornada de trabalho adequada e menos alunos na sala de aula. Para isso vamos precisar de mais recursos para a educação. Nós defendemos 10% do PIB investido na educação”, explicou.
Defesa dos direitos humanos
Em outra questão formulada por jornalistas durante o debate, sobre o tema da segurança pública, Paulo Bufalo reafirmou que violência não se combate com mais violência, mas com direitos sociais. Para combater o crime organizado e os grandes traficantes, Bufalo defendeu a valorização dos profissionais da segurança pública e a atuação com inteligência da polícia.
“O pobre rouba um litro de leite, cai numa cadeia lotada e é abandonado pelo Estado. 95% dos presos são pobres”, pontuou. Segundo o candidato só com a garantia de direitos sociais será possível atacar a raiz do problema da violência.
Dívida Pública
O candidato do PSOL novamente citou a dívida pública: “O governo do estado gasta 3 vezes mais com juros da dívida do que com o ensino médio. Por isso assistimos a diminuição de 16% das matrículas no ensino médio público nos últimos 10 anos no Estado de São Paulo”. Educação só será prioridade se tiver mais recurso. E só haverá mais recursos se o orçamento de São Paulo não for desviado para pagar juros para o mercado financeiro.
Pedágios e privatizações
“Não podemos falar em revisar o valor dos pedágios sem falar de revisar os contratos de privatizações”, declarou o candidato do PSOL. “O pedágio afeta a vida de todos, pois o valor do pedágio afeta a alimentação e o vestuário de todo mundo”, completou. Tanto o PSDB como o PT privatizarão estradas e entregaram para iniciativa privada a possibilidade de gerir o transporte.
Assista ao debate na íntegra