Na sabatina realizada pelo portal R7 em conjunto com a Record News na tarde desta terça-feira, 27, o candidato do PSOL, Plínio Arruda Sampaio, voltou a afirmar que a prioridade política do partido e de sua candidatura é enfrentar a histórica segregação social no Brasil. Plínio também reforçou que denunciará ao longo de toda a campanha que este pleito “está montado para não discutir os reais problemas do país”.
Questionado se sua política para a educação não seria muito radical, Plínio ressaltou que não se pode aceitar que as oportunidades de futuro das crianças brasileiras se definam aos sete anos de idade dos meninos. O candidato reiterou que no Brasil o Estado já assegurou educação pública de qualidade e que essa política deve ser universalizada pelo poder público. Quando o blogueiro Marco Antônio Araújo pediu um exemplo de qualquer país que tenha um modelo de educação pública estabelecido, Plínio lembrou que Cuba “exporta médicos para o mundo inteiro”.
Plínio defendeu ainda a redução da jornada de trabalho sem redução de salários como medida de ampliação dos postos de emprego e melhoria da vida dos trabalhadores, e o salário mínimo do DIEESE (R$ 2.157,88).
A fonte das verbas para assegurar o sucesso de tais políticas sociais Plínio tem na ponta da língua: suspensão do pagamento da dívida pública e taxação das grandes fortunas. “Se tirar 2% dos mais ricos, dá pra dobrar imediatamente o orçamento da educação e da saúde”, disse em entrevista coletiva após a sabatina.
O candidato do PSOL defendeu ainda a reforma agrária como elemento central de combate à segregação social, e a reestatização de empresas privatizadas – como a Vale do Rio Doce, Telebrás e Petrobrás – para viabilizar mais força à ação do Estado em prol das áreas sociais.
Candidato não foge a temas polêmicos
Plínio defendeu também a socialização da saúde. “Não é possível que alguém lucre com a doença das pessoas”, afirmou. E falou também sobre temas polêmicos como aborto, drogas e união civil homossexual. Em relação à questão do aborto, Plínio ressaltou que milhares de mulheres morrem todos os anos em decorrência de abortos mal feitos. Ressaltando que é pessoalmente contra o aborto, até por ser católico, frisou que como homem público e candidato a presidir o país não pode impor sua fé a toda a população.
Sobre as drogas, defendeu que as drogas culturais (como a maconha e o chá do Santo Daime) sejam legalizadas com acompanhamento do Estado para assegurar tratamento aos usuários e combate ao narcotráfico.
Em relação à união civil homossexual, Plínio afirmou que entende que se duas pessoas querem firmar um contrato civil de comum acordo não vê nenhum problema. “É legítimo”.
Entre as polêmicas discutidas na sabatina, Plínio também defendeu o controle social da mídia – sem nenhuma censura, mas regulando juridicamente os casos em que os veículos de comunicação, especialmente as concessionárias de radiodifusão poderiam ser punidos por descumprimento da função social constitucional. Em entrevista concedida ao final da sabatina, Plínio lembrou o caso da Escola Base, cujos donos daquele foram amplamente acusados pela mídia de serem pedófilos e mesmo depois de provada sua inocência não conseguiram retomar a vida em condições anteriores ao escândalo. Durante a sabatina já havia citado a criminalização do MST promovida pela mídia: “Criam a imagem de que é um grupo de bandidos”, disse.
Assista aqui à sabatina na íntegra.