Por Igor Felippe Santos
A Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) saudou seu aniversário de cinco anos com um ato político, no sábado (6/2), que reuniu mais de 500 integrantes de entidades da sociedade civil, professores universitários, movimento sindical e estudantil e partidos políticos em Guararema.
Geraldo Gasparin, da coordenação da ENFF, disse que passaram 1600 educandos pela escola, sendo que mais de 50% foram mulheres. Mais de 300 professores voluntários deram aulas nos cursos, conferências e seminários.
Ademar Bogo, da coordenação nacional do MST, destacou que a ENFF “é uma grande conquista da classe trabalhadora”. Para ele, a escola cumpre um papel de articulação das forças de esquerda, que estão em um momento de fragmentação.
Nesse período, educandos de mais de 100 entidades da classe trabalhadora participaram de atividades na escola. “Não havia uma convocação para essas organizações. Somos convocados para vir à ENFF por Florestan Fernandes e pelos problemas sociais”, disse Bogo.
“Dá muita emoção vir à ENFF cinco anos depois. Florestan está vivo nesta escola mais do que nunca. Aqui é a nossa casa”, afirmou a professora da Universidade de São Paulo (USP), Heloisa Fernandes, filha de Florestan.
“O MST se mostrou um movimento legitimamente progressista quando nos convidou para trabalhar com psicanálise na ENFF”, afirmou a psicanalista Maria Rita Kehl, que há dois anos dá terapia a um grupo de militantes que moram na escola. Segundo ela, não é verdade a tese de que o Movimento é autoritário e funciona na base do medo. “O que existe é um pacto fraterno e solidário entre todos”.
“A ENFF está ajudando a reconstruir a universidade pública”, sustentou o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher, ex-presidente do ANDES-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior).
Segundo ele, o poder privado está pautando as pesquisas e trabalhos da universidade pública no país. Nesse quadro, a escola demonstra que apenas uma educação baseada no espírito público pode garantir o avanço do país.
O deputado federal Ivan Valente manifestou solidariedade a todos os militantes do MST que estão presos no interior de São Paulo e condenou a criminalização da luta pela Reforma Agrária. “Essas prisões são políticas”, denunciou o deputado.
Do site do MST – www.mst.org.br