O senador José Nery (PSOL-PA) protestou nesta terça-feira (2) diante da liberação da licença ambiental prévia para o leilão de construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. O senador pediu a suspensão da licença, que, a seu ver, só beneficiará as grandes construtoras.
“Trata-se de uma tragédia de consequências tão graves quanto incorrigíveis. É uma afronta à sociedade brasileira. Um desastre de enormes proporções nos aguarda se o rumo não for alterado” – disse.
De acordo com Nery, o licenciamento só foi concedido devido à “enorme pressão” exercida sobre a área técnica do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Ele atribuiu à pressão ao fato de ser a Usina do Belo Monte a “jóia da coroa do PAC” (Programa de Aceleração do Crescimento).
“Índios e ribeirinhos estão sendo ludibriados com novas falsas promessas. Tucuruí é uma chaga aberta” – disse o senador.
Nery se referia à hidrelétrica de Tucuruí, inaugurada em 1984, ao norte do estado do Pará. De acordo com ele, as populações nativas deslocadas para a construção da obra vivem em torno do lago sem energia elétrica.
“A propaganda oficial se sobrepõe aos interesses daqueles a quem a ação do Estado deveria servir” – disse.
Em aparte, o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) disse que o projeto da Usina de Belo Monte vem sendo discutido há 25 anos. Ele afirmou que, em sua avaliação, trata-se de uma obra importante para o Pará e para o Brasil.
Da Redação / Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)