Por Afrânio Boppré, Edson Miagusko, Randolfe Rodrigues e Rodrigo Pereira
A Ação Popular Socialista de acordo com a resolução do Diretório Nacional do PSOL assumiu por meio de seus representantes na direção do partido desenvolver encaminhamentos que visam encontrar uma alternativa a decisão de nossa presidente, companheira Heloísa Helena, de participar da disputa para o Senado em Alagoas. Fato que gerou um intenso debate no âmbito partidário acerca da tática eleitoral de 2010. Tal resolução contemplava concomitantemente de um lado, discutir a possibilidade de candidatura própria e de outro, a hipótese de coligação com a Senadora Marina Silva do PV.
A resolução do Diretório Nacional, assim como nossa posição, não exigia que Marina assumisse um programa socialista, mas sim um claro perfil de oposição de esquerda, ampliando o dialogo com os movimentos sociais e as parcelas mais avançadas do eleitorado.
Estamos convictos que este seria o melhor caminho. Criaria melhores condições para o rompimento da falsa polarização conservadora entre o PT e o PSDB, ampliaria o diálogo dos socialistas com amplos setores do povo brasileiro e minimizaria o risco do PSOL ficar isolado na disputa eleitoral.
No entanto seguir este rumo está cada vez mais difícil. Seja pela opção do PV de apoiar candidaturas ou compor alianças que abandonam o princípio da independência crítica em relação à Dilma e Serra (como o caso de Gabeira no RJ e de Tião Viana no AC), seja por sua omissão em criticar o recuo de Lula com relação ao 3º Plano Nacional de Direitos Humanos ou mesmo por suas já conhecidas posições sobre política social e econômica que insiste em reiterar. Infelizmente tudo indica que Marina escolheu orbitar em volta do campo conservador representado por tucanos e petistas.
Ainda que a aliança não se concretize – como tudo parece demonstrar-consideramos que foi válido e positivo o PSOL ter buscado publicamente concretizar uma aliança eleitoral com a candidatura do PV. Com isto ampliamos nossa interlocução com amplos setores da sociedade, combatendo a visão daqueles que tentam nos lançar a pecha de estreitos e sectários, e conquistamos argumentos que justificam perante fatias do eleitorado nossa possível decisão de sair em raia própria.
Tudo indica que nossa interlocução com o PV tende a se encerrar se não houver vontade e desprendimento de Marina Silva/PV em mexer na sua política que está cada vez mais distante de um minimo aceitável para concretizar uma aliança com o PSOL
Para nós, signatários desta nota, uma candidatura própria do PSOL se justifica não pela simples necessidade de marcar posição mas sim, para dialogar com a sociedade brasileira como um todo (mundo do trabalho, juventude, gênero, raça, indígena etc.) apontando alternativa de um projeto alicerçado em um programa de caráter democrático e popular centrado em temas relevantes para o povo brasileiro como meio ambiente, distribuição de renda, dívida pública, reforma política, saúde e educação,entre outros, sempre relacionando e mediando a realidade com nosso projeto de sociedade socialista e disputando ativamente a hegemonia na sociedade.
Nós membros da ENPSOL que assinamos esta nota entendemos que aliança política não é adesão e Marina Silva/PV com seus gestos desconsidera na prática esta visão. A partir deste entendimento, estaremos com o conjunto do partido dando prosseguimento as discussões sobre qual será a melhor alternativa para o PSOL na eleições que se avizinham.
Ousar lutar, ousar vencer!
Afrânio Boppré – Secretário Geral
Edson Miagusko – Secretário de Comunicação
Randolfe Rodrigues – 2º Secretário de Relações Internacionais
Rodrigo Pereira – 2º Secretário de Finanças