O PSOL juntamente com estudantes da UBES, militantes do MST e da UNEAFRO realizaram na manhã desta terça-feira um ato em repúdio ao Ministro Gilmar Mendes que foi sabatinado no Teatro Folha pelo jornal de mesmo nome.
Durante a sabatina, Gilmar Mendes não teve pudores em sustentar suas posições que criminalizam os movimentos sociais e libertam segundo a “boa técnica jurídica” banqueiro criminoso. Os jornalistas fizeram uma série de perguntas que o colocavam francamente se a justiça não estaria tendo lado no Brasil. Talvez a mais contundente tenha sido a que o indagou se ele não estaria reforçando a tese de que o direito penal serve para pobre e o direito civil para rico cada vez que corria para soltar banqueiro e corria para se posicionar publicamente contra o MST. O ministro não se mostrou muito incomodado com a pecha de direitista e conservador, mas tentou mostrar sua “neutralidade” ao explicar que estava na dianteira pela criação de uma Defensoria Pública voluntária para aumentar o acesso a justiça pelos mais pobres, e que enfrentava muita resistência das Defensorias Públicas e da OAB.
Além da proposta que substitui com trabalho voluntário as responsabilidades do Estado, outra máxima tucana vinha a tona cada vez que explicava que o STF era uma instância eminentemente política mas não partidária o que legitimaria sua atuação na política brasileira, tão apartidária quanto a do governador de São Paulo. Mesmo o orçamento milionário que sua ONG obteve da com a união sem licitações foi comentada pelo ministro como algo tranqüilo e natural, algo que na sua visão é bem diferente das verbas públicas destinadas a entidades criminosas que atuam pela reforma agrária. Ao ser questionado de por que massacres como o de Eldorado de Carajás permanecem impunes explicou sem modéstias que ele tinha sido um dos principais articuladores da lei feita pelo governo FHC que diminui as mortes no campo impedindo a desapropriação de terras ocupadas por movimentos sociais.
Sobre a operação Satiagraha deixou a entender que existe um movimento para a deslegitimação do STF e que seu posicionamento no caso Dantas também ia no sentido de manter a integridade da suprema corte brasileira, não quis comentar os nomes de Protógenes e De Santis colocados no jogo rápido no final da entrevista e não explicou direito o que foi dito na reunião que fez com o Presidente da República e o Ministro da Justiça a pártitir da qual a posição do governo em relação a operação da polícia federal mudou radicalmente culminando no indiciamento do Delegado Protógenes.
O Ministro e atual porta voz da direita brasileira não confirmou e não descartou a possibilidade de candidatura ao sair do cargo que ocupa, até brincou dizendo que viaja muito, e até mais que a Ministra Dilma, pois ambos são presidenciáveis.
A sabatina foi encerrada com um ato dentro do Shopping Higienópolis na porta do teatro folha ao som de “Gilmar Mendes que papelão, soltou banqueiro sabendo que é ladrão” decorado com cartazes que perguntavam “Gilmar Mendes persegue sem terra porque é latifundiário ou é latifundiário porque solta banqueiro?” .
Pedro Ekman é Secretário Geral do DM do PSOL de São Paulo