Ele recebe a Medalha Mérito Legislativo, indicado pelo PSOL Dom Pedro Casaldáliga foi homenageado, nesta quarta-feira 11, na Câmara dos Deputados, com a Medalha do Mérito Legislativo, concedida àqueles que ajudaram a promover no plano social, econômico, cultural ou político o desenvolvimento do Brasil. A indicação foi feita pelo líder do PSOL, deputado Ivan Valente.
A Medalha Mérito Legislativo existe desde 1983 e homenageia cidadãos, instituições ou entidades, campanhas, programas ou movimentos de cunho social, civil ou militar, nacionais ou estrangeiros, que ajudaram a promover no plano social, econômico, cultural ou político o desenvolvimento do país. Este ano, 34 personalidades e entidades recebem a Medalha. Nascido em 16 de fevereiro de 1928, ena Espanha, Dom Pedro Casaldáliga é bispo católico e chegou ao Brasil no final da década de 60. Foi morar na Amazônia e passou a defender a floresta e a população local, em São Félix do Araguaia (MT), onde se tornou bispo prelado.
Durante a ditadura militar, sofreu processos de expulsão do Brasil, por lutar contra o regime. Portador da doença de Parkinson, Dom Pedro Casaldáliga não pode comparecer a solenidade de entrega da Medalha do Mérito Legislativo. Ele foi representado pelo secretário nacional do Conselho Indigenista Missionário, Eden Magalhães, que atuou com Dom Pedro em São Félix do Araguaia.
Em entrevista à agência de notícias Brasil de Fato, publicada em janeiro deste ano, Dom Pedro disse que é um “absurdo criminal constituir a sociedade em duas sociedades de fato: a oligarquia privilegiada, intocável, e todo o imenso resto de humanidade jogada à fome, ao sem-sentido, à violência enlouquecida”. Defendeu a participação ativa dos movimentos sociais, como mecanismo para “retificar o rumo de uma política de privilégio para uns poucos e de exclusão para a desesperada maioria” e afirmou que “o latifúndio continua a ser um pecado estrutural no Brasil e em toda Nossa América”.
Na entrevista, Dom Pedro Casaldáliga afirmou: “A alternativa é acreditar mesmo que “Outro Mundo é Possível” e se entregar individualmente e em comunidade ou grupo solidário e ir fazendo real esse “mundo possível”. O capitalismo neoliberal é raiz dessa crise e somente há um caminho para a justiça e a paz reinarem no mundo: socializar as estruturas contestando de fato a desigualdade socioeconômica, a absolutização da propriedade e a própria existência de um Primeiro Mundo e um Terceiro Mundo, para ir construindo um só Mundo, igualitário e plural. Com frequência respondo a jornalistas e amizades do Primeiro Mundo que somente a construção de um mundo só (e não dois ou três ou quatro) poderá salvar a humanidade. É utopia, uma utopia necessária como o pão de cada dia. Onde não há utopia não há futuro”.
Do site da Liderança do PSOL