O deputado Ivan Valente questionou, novamente, a falta de apresentação de um plano de trabalho da Comissão Especial do Código Florestal Brasileiro, na reunião desta terça-feira 10. Para ele, os debates estão sem o contraditório, já que até agora só compareceram especialistas de órgãos governamentais e nenhum para contrapor as posições. “A contradição tem que ser na própria mesa de debate”.
Ivan Valente cobrou da relatoria, deputado Aldo Rebelo, e da presidência, deputado Moacir Micheletto, um planejamento de trabalho e uma sequencia para realização das audiências públicas. “A comissão pode elaborar um plano, para que eu e demais parlamentares possam se planejar”, reivindicou.
A sugestão foi acatada pelo presidente da Comissão, que convidou o deputado para participar da elaboração da agenda.
Da audiência pública, participaram o pesquisador da Embrapa Florestas, Gustavo Ribas Cursio, o pesquisador da Embrapa informática Agropecuária, Eduardo Assad, e o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, Celso Manzato.
O deputado Ivan Valente perguntou ao pesquisador Gustavo Ribas Cursio sobre o acordo entre a Embrapa e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). “Você (a Embrapa) estão contratados pela CNA?”. Cursio respondeu que a Embrapa estabelece convênios e parcerias com várias entidades e empresas, e que a CNA está incluída como financiadora de um projeto.
Para Cursio os sistemas de preservação (APPs) devem harmonizar-se com os de produção. Mas, é preciso respeitar, no seu entendimento, as declividades às margens dos rios. Nesses casos, explicou, quanto maior for a declividade nas margens dos rios, maior deverá ser o sistema de preservação dessas áreas.
O pesquisador Eduardo Delgado Assad apresentou sugestões para reverter a situação de áreas degradadas. Essas sugestões, a seu ser, vão transformá-las de áreas emissoras em sequestradoras de carbono. Entre as propostas, estão o incentivo à recuperação de pastos degradados; o incentivo à integração da lavoura/agropecuária, para evitar o aumento da área devastada; e o fortalecimento e a ampliação do uso do plantio direto (semeadura de planta sem o preparo do solo). Ele afirmou que a temperatura tem subido mais no Brasil do que em outros países devido ao desmatamento e que temperaturas mais altas estão se deslocando para o sul de Minas Gerais.
Com informações da Agência Câmara.