Ivan Richard e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – A decisão da Universidade Bandeirante (Uniban) de expulsar da estudante Geisy Arruda foi criticada hoje (9) por parlamentares. Os deputados Ivan Valente (P-SOL-SP) e Angela Portela (PT-RR) apresentaram requerimento pedindo a realização de audiência pública na Comissão de Educação da Câmara para ouvir representantes da universidade, do Ministérios da Educação, da Secretaria Especial de Política para Mulheres e especialistas em educação.
Para Valente, a expulsão da aluna Geisy Arruda, que cursava o primeiro ano de turismo, transformou a vítima em ré. No final de outubro, a estudante teve que ser escoltada pela polícia para deixar a sala de aula porque usava um vestido curto, o que despertou a fúria de outros estudantes.
“Foi uma atitude inadmissível da direção da Uniban e uma prática constante para justificar casos de violência contra a mulher. As cenas de fúria e delírio coletivo constatadas nos corredores da universidade beiram o fascismo, o que não pode ser tolerado sob nenhuma hipótese”, afirmou o deputado.
A presidente da Comissão de Educação, deputada Maria do Rosário (PT-RS), também criticou a decisão da Uniban. Para ela, a Ministério Público de São Paulo deve agir para fazer com que a universidade volte atrás na medida.
“A Comissão de Educação tem a responsabilidade de verificar esse fato e se somar ao Ministério da Educação, à Secretaria Especial de Política para as Mulheres, para verificar com o Ministério Público do estado o que está sendo feito”, disse Rosário.
Na opinião da petista, a estudante está sendo punida injustamente. “É uma situação absurda. É preciso que a faculdade reveja esse posicionamento ilegal, apesar dela ter regimento próprio e autonomia. Ela fere a lei na medida em que expõe essa jovem e a expulsa como se ela fosse culpada pelo fatos que ocorreram”, ressaltou.
De acordo com o requerimento que pede a realização de audiência pública, serão convidados a secretária de Ensino Superior do Ministério da Educação, Maria Paula Dallari Bucci, a ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire, a reitoria da Uniban e a antropóloga e professora da Universidade de Brasília Débora Diniz.