Nesta quarta feira ocorreu reunião da CPI da Dívida, que ouviu o Secretário do Tesouro Arno Augustin, que procurou passar a idéia de que a dívida está sob controle e pesa cada vez menos para o país, citando dados da relação dívida/PIB. Argumentou também que os bancos não seriam os principais beneficiários do endividamento, apresentando gráfico com os credores da dívida interna administrada pelo Tesouro Nacional, dos quais os bancos somente deteriam 27%.
Os deputados Ivan Valente (PSOL) e Paulo Rubem Santiago (PDT) questionaram estes dados, mostrando que a relação Dívida/PIB não reflete a realidade do custo da dívida para o país, uma vez que ela é calculada tomando-se a dívida bruta (que paga juros altíssimos) e subtraindo-se dela a montanha de reservas cambiais detidas hoje pelo Brasil, que não rendem quase nada. Além do mais, no gráfico citado pelo Secretário não constaram as “Operações de Mercado Aberto”, que já somam mais de R$ 400 bilhões, e estão quase todas nas mãos dos bancos que ganham a Taxa de juros Selic sobre esta montanha de recursos.