Notícia quente que a BBC Brasil divulgou na madrugada, sem tempo para entrar nas edições desta terça-feira de nossos principais jornais: Anistia acusa Israel de negar acesso à água potável aos palestinos.
A denúncia da respeitadíssima ONG Anista Internacional vem, mais uma vez, comprovar que Israel hoje incide nas mesmas práticas que tanto condenou nos nazistas.
Com a diferença de que Hollywood não faz um mísero filme sobre essas barbaridades, enquanto o Holocausto já rendeu, seguramente, milhares de produções.
E não adianta me imputarem antissetismo cada vez que um fato novo corrobora essa lamentável regressão e eu o registro.
Os judeus conscientes têm mais é de pressionar o governo de Israel para que volte à civilização, passando a respeitar as leis, os tratados e os tribunais internacionais.
Hoje, não dá mais para tapar o sol com a peneira. As notícias circulam e as pessoas tiram as conclusões que se impõem. Quem quiser ficar com boa imagem, que trate de mudar as práticas. Já passou o tempo em que bastava desqualificar as testemunhas.
Eis os principais trechos do horror nosso deste dia:
“A organização de direitos humanos Anistia Internacional (AI) acusou o governo de Israel de negar aos palestinos o acesso livre à água potável, ao manter um controle total sobre os recursos hídricos compartilhados e seguir políticas discriminatórias.
“Em um relatório divulgado nesta terça-feira, a AI afirma que Israel restringe sem razão a disponibilidade de água nos territórios ocupados da Cisjordânia. No caso da Faixa de Gaza, o bloqueio israelense teria levado o sistema de fornecimento de água e esgoto a um ‘ponto crítico’.
“No documento, de 112 páginas, a Anistia sugere que Israel utiliza mais de 80% da água procedente do Aquífero da Montanha, um aquífero subterrâneo partilhado com os palestinos, que, por sua vez, só têm acesso a 20% do total.
“Segundo a organização, por essa razão, o consumo médio de água entre os palestinos é de 70 litros por dia, comparados com 300 litros entre os israelenses. A organização ressalta que há casos em que palestinos consomem apenas 20 litros de água por dia – a quantidade mínima recomendada em casos de emergências humanitárias.
“Além disso, o documento sugere ainda que cerca de 180 mil palestinos que vivem em áreas rurais não têm acesso à água corrente e o Exército israelense proibiria com frequência a coleta de água da chuva. Em contraste, o relatório destaca que os israelenses que vivem na Cisjordânia possuem grandes fazendas de irrigação, jardins luxuosos e grandes piscinas.
“‘Israel só permite aos palestinos o acesso a uma parte dos recursos hídricos compartilhados, que se encontraem sua maioria na Cisjordânia ocupada, enquanto os assentamentos israelenses ilegais recebem praticamente provisão ilimitada’, explica Donatela Rovera, investigadora sobre Israel da AI.”
* Jornalista e escritor, mantém os blogues