Aumenta o preconceito racial no mundo inteiro.
Inegavelmente, a eleição do presidente Barack Obama significou um avanço do ponto de vista racial nos Estados Unidos. Embora expresse paradigmas de racismo cordial, despolitizado e “não assumido”, foi um fato relevante, tratando-se de um país que popularizou no mundo inteiro o xenofobismo, guerras do sul contra o norte, além de ser palco de inúmeras lutas e assassinatos de personalidades mundialmente conhecidas como Malcom X e Martin Luther King Jr, militantes do Agrupamento dos Panteras Negras e ainda (continua nos corredores da morte lideranças como Mumia Abu-Jamal, condenado por ser militante defensor da luta contra o racismo ).
O Racismo foi propagado pelo mundo a fora, a tal ponto que até mesmo o atual presidente americano tem sido sistematicamente depreciado por chefes de Estados que deveriam não mais manifestar comportamento abomináveis que fere os direitos elementares da condição humana.
Todavia, outros exemplos de resistência como o de Nelson Mandela que foi e continua sendo um dos marcos e referência de luta contra o racismo na África do Sul , irradiando para todo mundo novas formas de convivência com um novo olhar e significado sobre a vida, a luta e a resistência do povo negro mundial.
Lamentavelmente, apesar das ações afirmativas e das lutas “sem fim”, ainda é freqüente na cultura popular as manifestações insidiosas da pratica racial .
São inúmeros os dados das desigualdades sociais entre os brancos e negros, que corrobora para tipificar e caracterizar os argumentos acima citados.
Em 2001, a Fundação Seade mostrava que, “na mesma função, homens negros (R$ 639) e mulheres (R$ 652) recebem salários até 47,8% inferiores aos pagos para trabalhadores brancos do sexo masculino (R$ 1.236)”.
Um clássico exemplo mercadológico de racismo declarado foi a publicação de um anúncio publicitário da multinacional Microsoft.
De acordo com o jornal do provedor UOL do dia 26 de Agosto de 2009 (17 horas 48 minutos), publicou a seguinte matéria: “Microsoft pede desculpas após mudar raça de personagem em anúncio. Londres, 26 ago (EFE). O gigante da informática americano Microsoft teve que pedir desculpas depois que sua divisão polonesa mudou a raça de um dos personagens que apareciam em um anúncio promocional. .
Nos Estados Unidos, os três personagens retratados sorrindo com o slogan “Dando poder a sua gente com os instrumentos de TI de que precisam” eram uma mulher – branca – e dois homens: um negro e outro asiático.
Foto exibida no site norte-americano da Microsoft.
Em sua versão para a Polônia, o rosto do negro, que ocupava o centro do anúncio, foi substituído pelo de um homem branco, sem mudar as roupas ou mesmo a mão do personagem que estava sobre a mesa, informa hoje o jornal britânico “The Guardian”.
Imagem mostrada no site polonês da empresa.
A imagem notadamente alterada começou a circular na internet na terça-feira, mas, depois que alguém advertiu a Microsoft da troca, a empresa retirou o anúncio e iniciou uma investigação para localizar o responsável. “Estamos analisando o ocorrido. Apresentamos desculpas e estamos em processo de retirar a imagem”, declarou a Microsoft, em comunicado”. Finalizou a reportagem.
A reportagem acima classifica incontestavelmente o império do mercado sobre a condição humana, onde ser negro e discriminado no capitalismo é um “mero detalhe. O que interessa é o Marketing econômico para vender produtos, independentemente do significado e do racismo impregnado, introjetado e assumido pelos mercadores da indiferença.
Na revista Fórum de agosto de 2009, a mesma publicou na reportagem de capa uma longa entrevista com o professor Kabengele Munanga, que desdobra o eixo temático onde “denuncia a farsa da democracia racial, defende o sistema de cotas e discute o espaço do negro na sociedade”
Como demonstração cabal desse crescimento e das práticas raciais no mundo inteiro, o relato abaixo também deve ser amplamente divulgado conforme denúncia proferida pelo Deputado Federal Ivan Valente do Psol na tribuna do Congresso nacional (Câmara dos Deputados).
“Venho a esta tribuna repudiar o ocorrido na última quarta-feira, dia 19, no município de Osasco, no estado de São Paulo, quando o vigia e técnico em eletrônica, Januário Alves de Santana, de 39 anos, foi agredido no estacionamento da loja do Hipermercado Carrefour daquela cidade por cinco seguranças privados e três policias militares. O pretexto foi de que ele estaria roubando um carro, que na verdade era seu. A imprensa repercutiu amplamente o ocorrido, mas fazemos questão de também registrar este crime nesta Casa.”
Além de caracterizar o racismo do ponto de vista econômico, político e histórico, o Deputado denuncia a morosidade na tramitação de proposituras no âmbito do Legislativo e do executivo e exige mudanças urgentes para:“…garantir avanços concretos na transformação da estrutura social vigente, de forma que, minimamente, seja diminuído o abismo social entre negros e não negros. Neste sentido, Sr. Presidente, o Congresso Nacional tem uma grande responsabilidade. É urgente a aprovação de medidas como o Projeto de Lei 73/99, aprovado por esta Casa no dia 20 de novembro passado e que agora tramita no Senado, que estabelece cotas em todas as universidades federais. Assim como é necessária a aprovação, mesmo com o conjunto de emendas que tentam descaracterizar o projeto, do Estatuto da Igualdade Racial, que está em votação esta semana em comissão especial.” (publicado no sítio do Psol 30/08/09)
Embora Obama tenha instituído o método da interlocução direta na solução de praticas racistas, como fator de “dialogo e integração” na tentativa de atenuar o preconceito racial existente tanto no referido episódio que foi “descaracterizado e desfocado ”, quanto nas demais manifestações como a da Microsoft, a entrevista de Kabengele Munanga e no caso de Osasco e tantos outros que acontecem no anonimato cotidiano.
Nosso entendimento e opção é pela luta direta contra toda e qualquer forma de preconceito existente, ao mesmo tempo em que a nossa luta tem forte vinculo , componente e identidade classista de combate a classe dominante , bem como as pratica dominantes derivadas .
A luta contra o racismo não é um fim em si mesmo, mais sim, uma luta articulada para destruir todas as formas de opressão econômica através da nossa organização junto à classe trabalhadora , ao movimento negro organizado e aos partidos Políticos de Esquerda, de luta e revolucionários.
Embora não podemos desconectar a luta contra o racismo do eixo da exploração capitalista , as lutas e especificidades de gênero , etnia e outras, infelizmente não se esgotam com as mudanças econômicas.
“É MESMO INCRIVEL… a maneira como nos escravizaram, Até nossa auto-estima arrancaram, E muitos que deveriam ser a nós aliados, São implacáveis adversários, Pura desinformação, Maldição! Não! Não! Não olhem assim pra mim, Não sou diferente e te encaro de frente, Sou um cidadão preto exigindo o direito de ser considerado gente, E o argumento que sustento pra manter a fé E partir com todo gás pra cima, vou te dizer qual é: Somos a maioria da população ativa, Sem nós essa terra não teria vida, E não há preço para essa sua dívida. Estamos a anos entrincheirados nos morros, Nas cidades do entorno são inúmeros nossos gritos de socorro… É MESMO INCRÍVEL”Malcon X
Lutar, resistir e vencer é preciso.
Aldo Santo :Sindicalista, dirigente da TLS, Membro da Executiva do Psol Estadual e presidente do Psol em SBC ( 01/09/09)
Por Aldo Santos
Inegavelmente, a eleição do presidente Barack Obama significou um avanço do ponto de vista racial nos Estados Unidos. Embora expresse paradigmas de racismo cordial, despolitizado e “não assumido”, foi um fato relevante, tratando-se de um país que popularizou no mundo inteiro o xenofobismo, guerras do sul contra o norte, além de ser palco de inúmeras lutas e assassinatos de personalidades mundialmente conhecidas como Malcom X e Martin Luther King Jr, militantes do Agrupamento dos Panteras Negras e ainda (continua nos corredores da morte lideranças como Mumia Abu-Jamal, condenado por ser militante defensor da luta contra o racismo ).
O Racismo foi propagado pelo mundo a fora, a tal ponto que até mesmo o atual presidente americano tem sido sistematicamente depreciado por chefes de Estados que deveriam não mais manifestar comportamento abomináveis que fere os direitos elementares da condição humana.
Todavia, outros exemplos de resistência como o de Nelson Mandela que foi e continua sendo um dos marcos e referência de luta contra o racismo na África do Sul , irradiando para todo mundo novas formas de convivência com um novo olhar e significado sobre a vida, a luta e a resistência do povo negro mundial.
Lamentavelmente, apesar das ações afirmativas e das lutas “sem fim”, ainda é freqüente na cultura popular as manifestações insidiosas da pratica racial .
São inúmeros os dados das desigualdades sociais entre os brancos e negros, que corrobora para tipificar e caracterizar os argumentos acima citados.
Em 2001, a Fundação Seade mostrava que, “na mesma função, homens negros (R$ 639) e mulheres (R$ 652) recebem salários até 47,8% inferiores aos pagos para trabalhadores brancos do sexo masculino (R$ 1.236)”.
Um clássico exemplo mercadológico de racismo declarado foi a publicação de um anúncio publicitário da multinacional Microsoft.
De acordo com o jornal do provedor UOL do dia 26 de Agosto de 2009 (17 horas 48 minutos), publicou a seguinte matéria: “Microsoft pede desculpas após mudar raça de personagem em anúncio. Londres, 26 ago (EFE). O gigante da informática americano Microsoft teve que pedir desculpas depois que sua divisão polonesa mudou a raça de um dos personagens que apareciam em um anúncio promocional.
Nos Estados Unidos, os três personagens retratados sorrindo com o slogan “Dando poder a sua gente com os instrumentos de TI de que precisam” eram uma mulher – branca – e dois homens: um negro e outro asiático.
Foto exibida no site norte-americano da Microsoft.
Em sua versão para a Polônia, o rosto do negro, que ocupava o centro do anúncio, foi substituído pelo de um homem branco, sem mudar as roupas ou mesmo a mão do personagem que estava sobre a mesa, informa hoje o jornal britânico “The Guardian”.
Imagem mostrada no site polonês da empresa.
A imagem notadamente alterada começou a circular na internet na terça-feira, mas, depois que alguém advertiu a Microsoft da troca, a empresa retirou o anúncio e iniciou uma investigação para localizar o responsável. “Estamos analisando o ocorrido. Apresentamos desculpas e estamos em processo de retirar a imagem”, declarou a Microsoft, em comunicado”. Finalizou a reportagem.
A reportagem acima classifica incontestavelmente o império do mercado sobre a condição humana, onde ser negro e discriminado no capitalismo é um “mero detalhe. O que interessa é o Marketing econômico para vender produtos, independentemente do significado e do racismo impregnado, introjetado e assumido pelos mercadores da indiferença.
Na revista Fórum de agosto de 2009, a mesma publicou na reportagem de capa uma longa entrevista com o professor Kabengele Munanga, que desdobra o eixo temático onde “denuncia a farsa da democracia racial, defende o sistema de cotas e discute o espaço do negro na sociedade”
Como demonstração cabal desse crescimento e das práticas raciais no mundo inteiro, o relato abaixo também deve ser amplamente divulgado conforme denúncia proferida pelo Deputado Federal Ivan Valente do Psol na tribuna do Congresso nacional (Câmara dos Deputados).
“Venho a esta tribuna repudiar o ocorrido na última quarta-feira, dia 19, no município de Osasco, no estado de São Paulo, quando o vigia e técnico em eletrônica, Januário Alves de Santana, de 39 anos, foi agredido no estacionamento da loja do Hipermercado Carrefour daquela cidade por cinco seguranças privados e três policias militares. O pretexto foi de que ele estaria roubando um carro, que na verdade era seu. A imprensa repercutiu amplamente o ocorrido, mas fazemos questão de também registrar este crime nesta Casa.”
Além de caracterizar o racismo do ponto de vista econômico, político e histórico, o Deputado denuncia a morosidade na tramitação de proposituras no âmbito do Legislativo e do executivo e exige mudanças urgentes para:“…garantir avanços concretos na transformação da estrutura social vigente, de forma que, minimamente, seja diminuído o abismo social entre negros e não negros. Neste sentido, Sr. Presidente, o Congresso Nacional tem uma grande responsabilidade. É urgente a aprovação de medidas como o Projeto de Lei 73/99, aprovado por esta Casa no dia 20 de novembro passado e que agora tramita no Senado, que estabelece cotas em todas as universidades federais. Assim como é necessária a aprovação, mesmo com o conjunto de emendas que tentam descaracterizar o projeto, do Estatuto da Igualdade Racial, que está em votação esta semana em comissão especial.” (publicado no sítio do Psol 30/08/09)
Embora Obama tenha instituído o método da interlocução direta na solução de praticas racistas, como fator de “dialogo e integração” na tentativa de atenuar o preconceito racial existente tanto no referido episódio que foi “descaracterizado e desfocado ”, quanto nas demais manifestações como a da Microsoft, a entrevista de Kabengele Munanga e no caso de Osasco e tantos outros que acontecem no anonimato cotidiano.
Nosso entendimento e opção é pela luta direta contra toda e qualquer forma de preconceito existente, ao mesmo tempo em que a nossa luta tem forte vinculo , componente e identidade classista de combate a classe dominante , bem como as pratica dominantes derivadas .
A luta contra o racismo não é um fim em si mesmo, mais sim, uma luta articulada para destruir todas as formas de opressão econômica através da nossa organização junto à classe trabalhadora , ao movimento negro organizado e aos partidos Políticos de Esquerda, de luta e revolucionários.
Embora não podemos desconectar a luta contra o racismo do eixo da exploração capitalista , as lutas e especificidades de gênero , etnia e outras, infelizmente não se esgotam com as mudanças econômicas.
“É MESMO INCRIVEL… a maneira como nos escravizaram, Até nossa auto-estima arrancaram, E muitos que deveriam ser a nós aliados, São implacáveis adversários, Pura desinformação, Maldição! Não! Não! Não olhem assim pra mim, Não sou diferente e te encaro de frente, Sou um cidadão preto exigindo o direito de ser considerado gente, E o argumento que sustento pra manter a fé E partir com todo gás pra cima, vou te dizer qual é: Somos a maioria da população ativa, Sem nós essa terra não teria vida, E não há preço para essa sua dívida. Estamos a anos entrincheirados nos morros, Nas cidades do entorno são inúmeros nossos gritos de socorro… É MESMO INCRÍVEL”. Malcon X.
Lutar, resistir e vencer é preciso.
Aldo Santo, sindicalista, Membro da Executiva do PSOL/SP, e Presidente do PSOL em São Bernardo do Campo.