Após três dias de intensos debates, terminou na tarde de hoje o 2º Congresso Nacion al do PSOL. Realizado em São Paulo, o Congresso aprovou um conjunto de resoluções sobre política internacional e nacional, organização e construção do partido, campanhas e moções, como a continuidade da luta pelo Fora Sarney e de solidariedade aos movimentos sociais. Os delegados e delegadas também elegeram a nova direção nacional do partido e reconduziram Heloísa Helena à presidência do partido. Em relação às eleições 2010, foi aprovado uma Conferência Nacional eleitoral para outubro que deverá definir as diretrizes para o programa que será apresentado na disputa. Na disputa para a direção nacional do partido, três chapas foram inscritas, refletindo o debate das 9 teses apresentadas ao Congresso. Veja os votos obtidos pelas chapas.
No processo de debates houve a unificação de várias teses que resultaram nas três chapas. A chapa 1 foi composta por companheiros e companheiras das tendências internas do PSOL, Ação Popular Socialista, Enlace, Coletivo Socialismo e Liberdade, TLS, Rosa do Povo e independentes, esta chapa foi encabeçada pelo deputado Ivan Valente, o senador José Nery, o deputado estadual de São Paulo Raul Marcelo e o ex. deputado João Alfredo, entre outros. A chapa 2 reuniu os militantes da CST e do Bloco de Resistência Socialista, como representantes, o ex. deputado Babá, Silvia Santos da Executiva Nacional do PSOL e André Ferrari da Direção Nacional do PSOL. Já a chapa 3, reuniu o MES, Luta Popular e independentes do Rio de Janeiro, a chapa contou com Heloísa Helena, Luciana Genro, o presidente da Fundação Lauro Campos Milton Temer e Martiniano Cavalcanti da Executiva Nacional.
Votação de cada chapa:
Chapa 1 -182 votos
Chapa 2 – 38 votos
Chapa 3 – 152 votos.
A chapa 1, que obteve o maior número de votos, teria o direito de escolher o primeiro cargo, mas anunciou que sua primeira indicação não será a presidência. A chapa 3 usará sua segunda chamada para indicar a presidência do partido.
Com este acordo, ficou acertada a recondução de Heloísa Helena para dirigir o partido nos próximos dois anos.
As resoluções afirmaram o PSOL como uma alternativa socialista e de luta para os trabalhadores. No debate de conjuntura política nacional, o centro do que foi deliberado, é a mobilização contra a crise econômica, em defesa dos direitos dos trabalhadores, contra os ataques dos governos e dos patrões. Também foi aprovada a continuidade da campanha pelo Fora Sarney e a ampliação do debate sobre o Fim do Senado. Na questão internacional, entre as várias resoluções, está o repúdio ao golpe em Honduras e a campanha pela retirada imediata das tropas brasileiras do Haiti.
O Congresso aprovou mudanças no estatuto do partido para avançar na democracia interna e participação dos militantes. Além das questões gerais, aprovou uma série de resoluções setoriais voltadas ao movimento de negros e negras, de mulheres, juventude, pessoas com deficiência e sindical. No debate sindical, foi aprovada uma resolução que defende que os militantes do partido estejam na linha de frente da construção de uma nova central sindical e popular que seja uma alternativa classista e de luta aos trabalhadores. Outra destaque, é uma resolução sobre ecossocialismo que reafirma o papel decisivo da luta em defesa do meio ambiente e entre outras questões prepara o partido para uma campanha contra a MP da grilagem de terras na Amazônia.
Nas várias moções aprovadas, destaque para uma que tratou da solidariedade ao MST. A nota aprovada denúncia mais uma ação truculenta e violenta da Brigada Militar do Rio Grande do Sul que resultou no assassinato do agricultor Elton Brum, 44 anos, pai de dois filhos, natural de Canguçu, durante o despejo da ocupação da Fazenda Southall em São Gabriel. As informações sobre o despejo apontam que Brum foi assassinado quando a situação já encontrava-se controlada e sem resistência.
O Congresso contou ainda com a presença de uma grande delegação internacional, representando lutadoras e lutadores sociais de vários países, e do Brasil, contou com a presença de dirigentes do MST, do MTST, do MTL, da Intersindical e do Conlutas, além da presença dos partidos aliados, PSTU e PCB.
Na questão eleitoral, apesar da maioria do partido defender a indicação imediata da candidatura da companheira Heloísa Helena, para garantir o debate mais aprofundado sobre o programa que o partido apresentará para 2010 optou-se por uma Conferência Nacional Eleitoral que se realizará no prazo máximo de 60 dias para daí haver as definições de nome e diretrizes programáticas. Também foi apresentado o nome do companheiro Plínio de Arruda Sampaio, dirigente histórico e nosso candidato a governador em 2006, como pré-candidato a presidente da República.
O conjunto das resoluções e moções aprovadas no Congresso será publicado nos próximos dias.