Confira, na íntegra, a nota aprovada por consenso no Diretório Estadual do PSOL neste domingo.
As recentes movimentações no Congresso Nacional com a CPI do MST, com a destacada atuação das nossas deputadas Sâmia Bomfim e Talíria Petrone; a tentativa de golpe em janeiro, que resultou numa CPI na qual participam nossos deputados Pastor Henrique e Erika Hilton; a aprovação do Marco Temporal em regime de urgência, contra a qual o PSOL está recorrendo; bem como as alterações em ministérios importantes como o de Meio Ambiente e dos Povos Originários corroboram com a avaliação que construímos após a vitória de Lula nas eleições: derrotamos Bolsonaro, mas seguiremos enfrentando o bolsonarismo e a extrema direita em nosso país.
A força política e social que o bolsonarismo mantém apesar da derrota eleitoral, bem como a correlação de forças nas instituições parlamentares e mesmo no Executivo, reforçam a importância do PSOL estar na base do governo mas manter a sua autonomia para apresentar o dissenso nas pautas que forem necessárias, como foi o caso do arcabouço fiscal que compromete o investimento público e em áreas sociais.
Nesse cenário, é fundamental compreender o papel que as mobilizações e movimentos sociais cumprem para que efetivamente seja possível aplicar o programa de mudanças eleito pelo povo. O PSOL se manterá comprometido com essas lutas e demandas sociais.
Como parte da luta contra o conservadorismo e a extrema direita, é preciso situar o papel do Estado de São Paulo. A eleição de Tarcísio, bem como a de figuras parlamentares proeminentes do bolsonarismo, transformaram São Paulo em um dos centros de rearticulação deste setor e de disputa permanente contra o projeto de reconstrução do Brasil, seja através das pautas econômicas ou nas pautas de direitos sociais e humanos.
Os primeiros meses deste governo já sinalizaram um projeto totalmente privatista e de descaso com o meio ambiente, bem como para a criminalização dos que lutam, expressa na prisão de Zé Rainha e Luciano, na tentativa de CPI contra os movimentos sociais na Alesp, na perseguição às cozinhas solidárias do MTST, no despejo de comunidades periféricas e na manutenção de uma política repressiva na segurança pública.
Portanto, a luta contra a privatização da Sabesp, do Metrô e da CPTM, devem ser uma das nossas prioridades neste período, junto à defesa de um programa de moradia popular para suprir as necessidades do estado com maior déficit habitacional do país, por políticas assistenciais e de combate à fome, fortalecimento dos serviços públicos, da rede de atendimento às mulheres e combate ao racismo perante a estrutura do Governo estadual e suas instituições.
Ao mesmo tempo que devemos seguir estimulando uma unidade ampla e democrática para fazer o enfrentamento a esse governo estadual e dar visibilidade para essas pautas, o PSOL tem um importante papel e conquistou um capital político no último período, se colocando na linha de frente do movimento que elegeu Lula e derrotou Bolsonaro nas eleições, assim como no enfrentamento a Lira no Congresso Nacional.
Fomos o partido de esquerda que mais cresceu nos últimos anos. Nos consolidamos em territórios e movimentos sociais. Tivemos um desempenho eleitoral significativo em São Paulo tanto na Alesp, expressando a diversidade defendida pelo partido, quanto no Congresso Nacional, ampliando as bancadas e contando com o deputado federal mais votado do estado, Guilherme Boulos, que também aparece com a preferência nas pesquisas para a disputa da Capital em 2024.
Nesse sentido, continuaremos nos colocando na linha de frente da construção da oposição ao governo Tarcísio, estimulando os processos de mobilização e disputando um projeto democrático, popular e socialista que consolide a mudança necessária no país e no Estado, que se desdobre no fortalecimento desse projeto também nas disputas municipais do ano que vem.
Diretório Estadual do PSOL – 04 de junho de 2023