O golpe militar de 1964 faz aniversário amanhã. Entretanto, Bolsonaro e a alta cúpula das Forças Armadas estão fazendo comemorações desde hoje (31). O motivo do adiantamento é que amanhã, 1º de abril, é Dia da Mentira.
Detalhes históricos à parte, podemos dizer que o golpe foi uma dura derrota para os trabalhadores brasileiros, que tiveram que amargar 21 anos de repressão e retirada de direitos. A ditadura perseguiu, torturou e matou milhares de pessoas e deveria ser motivo de vergonha para qualquer pessoa digna, que respeitasse valores como a democracia e a liberdade. Entretanto, para figuras desprezíveis como Bolsonaro, é motivo de comemoração.
Diversos analistas políticos indicam que este movimento institucional de exaltação do golpe militar tem raízes numa tentativa de revisionismo histórico. Até a última década, defender a ditadura seria motivo de chacota e isolamento político e social por parte de quem o fizesse. Com a ascensão da extrema-direita, a defesa do golpe, a abertura de discussões públicas sobre seu significado e, agora, as declarações oficiais sobre ter sido benéfico ao país, concretizam um novo momento da política nacional, marcado pela ascensão do neofascismo.
Nós, do PSOL, repudiamos as declarações fascistas de Bolsonaro e das Forças Armadas. As coisas devem ser chamadas pelo nome: não se tratou de um movimento de militares em defesa da pátria e contra o comunismo. Foi um golpe de Estado, perpetrado por militares assassinos, terroristas e corruptos, que jogou o Brasil nas trevas políticas da repressão e na crise econômica da década de 80. Infelizmente, diferente de países como Argentina e Chile, a ditadura brasileira terminou de maneira pactuada, sem punir os responsáveis pelos crimes de Estado que cometeram. Mas em 2022, o povo há de se levantar e expulsar os saudosos da ditadura do poder.
Fora Bolsonaro! Ditadura nunca mais!