João Doria, o candidato tucano à prefeitura de São Paulo, insiste em se dizer “gestor”, como uma forma de negar sua condição de político. Com essa atitude ele pretende se apresentar como sendo diferente, tentando dialogar com o senso comum que entende que “nenhum político presta”. Mas o que vamos mostrar aqui é que não só isso é falso, como Doria é um dos exemplos mais bem acabados do pior tipo de política que já se produziu no país.
- Doria é acusado de ter fraudado as prévias dentro do PSDB. Durante a disputa pré-eleitoral no partido tucano, João Doria se aliou ao governador Geraldo Alckmin contra a candidatura de Andrea Matarazzo e de Ricardo Tripoli. O processo foi altamente conturbado e gerou a cisão do partido, com a saída de Matarazzo para o PSD. O argumento: Doria teria comprado votos e fraudado as prévias. Não há nada mais típico de um péssimo político do que fraudar eleições.
- João Doria Junior é filho de João Doria, que foi eleto deputado federal pelo Partido Democrata Cristão em 1961. Nada mais típico da velha política nacional do que os filhos herdarem a tradição política do pai e seguirem carregando seu nome para abrir portas na política.
- Doria foi secretário de turismo e presidente da Paulistur, empresa municipal de turismo, durante a prefeitura de Mario Covas, entre 1983 e 1985. Ora, como é possível que alguém que não é político ocupe um cargo político dessa estatura? E trinta anos atrás!?
- Durante o governo de José Sarney, João Doria esteve à frente da Embratur, outro órgão estatal vinculado ao turismo. Mais uma vez, o atualmente candidato tucano esteve vinculado a um cargo político, o que só prova que o discursinho de gestor é mera maquiagem para esconder uma atuação bastante larga como político profissional.
- Doria procura vender o discurso de bom gestor mas não quer gerir nada. Faz parte de seu programa de governo a ampla privatização dos equipamentos públicos da cidade: ele quer vender o Pacaembu, o Anhembi, os corredores de ônibus… Como diz a nossa candidata à Prefeitura, Luiza Erundina, “será que ele pretende privatizar a cadeira de prefeito também”? Pois bem, o candidato tucano, que se diz tão bom gestor, não quer gerir nada: seu negócio é colocar a cidade à venda.
- Doria usa todo seu poderio econômico para influenciar o resultado das eleições. Ele mesmo já disse que vai contribuir com dinheiro do próprio bolso para cobrir os rombos de campanha do PSDB. É verdade que o financiamento empresarial de campanha foi proibido, graças a uma atuação em que o PSOL foi bastante protagonista, mas se todo o dinheiro dele vem de sua atuação como empresário, qual é a diferença para o tal do financiamento empresarial de campanha?
- Doria é demagogo e diz que não vai receber os proventos do cargo, se for eleito. Fernando Collor de Mello também dizia que não receberia salários porque não precisava do dinheiro. A semelhança, evidentemente, não para por aí, afinal, os dois são empresários “bem sucedidos” e estão a serviço do mesmo projeto de estado mínimo em favor dos grandes capitais do país.
Com toda essa rede de mentiras, João Doria pretende chegar ao poder iludindo a população. Seu interesse principal é implementar o maior índice possível de privatizações, agindo como um grande político a serviço dos grandes empresários.
Nós do PSOL não temos medo de fazer política, exatamente porque queremos transformar todo o jogo político que garante poder aos representantes das grandes empresas em detrimento dos interesses da população pobre. João Doria, na disputa eleitoral no município de São Paulo em 2016, é um dos principais representantes dessa mentalidade atrasada e oportunista.
João Doria é político, sim, senhor. E do pior tipo de político: aquele que tenta iludir a população vendendo uma imagem que não tem nada a ver com a realidade.