Diretório Nacional do PSOL define política de alianças, com candidatura própria em 25 capitais
Os integrantes do Diretório Nacional do PSOL, em reunião no último final de semana (29 e 30/07), em Brasília, definiram a participação do partido nas eleições municipais de outubro deste ano. No encontro, os 61 dirigentes nacionais, incluindo a Executiva Nacional do partido, analisaram o crescimento das candidaturas do PSOL para as prefeituras municipais e também, após um amplo debate sobre as demandas locais, aprovaram a política de alianças para essas eleições.
Durante as discussões, foi reafirmada a tarefa do PSOL, já prevista em resolução da Executiva Nacional, de apresentar o partido como polo aglutinador de todos os eleitores progressistas do país, que não comungam com o retrocesso de direitos, que combatem o ajuste fiscal e enfrentam as ações da direita cotidianamente. Apesar das mudanças da legislação eleitoral, promovidas por Eduardo Cunha e seus aliados e que dificultam a atuação do PSOL, pesquisas realizadas até agora demonstram o peso e a visibilidade que candidaturas do partido vêm tendo em grandes, médias e pequenas cidades.
As análises dos dirigentes nacionais ressaltaram o compromisso do partido em defender as pautas que rompam com o poder das oligarquias locais e apontam alternativas para o conjunto da classe trabalhadora, para a juventude, mulheres, negros e negras, comunidade LGBT, indígenas, quilombolas e tantos outros setores que enfrentam ameaças constantes com o avanço da direita.
Em 25 capitais brasileiras o PSOL terá candidatura própria na disputa pelas prefeituras municipais. Dessa, merecem destaque aquelas em que o PSOL está entre os primeiros colocados nas pesquisas de intenção de votos. Em Porto Alegre, Luciana Genro, que aparece em primeiro lugar na última pesquisa divulgada pelo jornal Correio do Povo, disputará a prefeitura da cidade em coligação com o PPL e possivelmente com o PSTU (ainda em processo de discussão). Em Belém, entre os primeiros colocados na preferência da população, Edmilson Rodrigues representará o PSOL no pleito em aliança com PDT, PV, PPL e provavelmente Rede e PCdoB (ainda em debate). No Rio de Janeiro, o pré-candidato Marcelo Freixo, também com grandes chances de ir para o segundo turno na disputa, firmou coligação com o PCB. Da mesma forma em São Paulo, onde a chapa de Luiza Erundina e Ivan Valente aparece em terceiro lugar na última pesquisa Datafolha e empate técnico com o segundo lugar na pesquisa Ibope.
Em outras capitais, as candidaturas do PSOL também têm demonstrado boa inserção junto à população. No Nordeste, destaque para Fortaleza, onde o vereador João Alfredo participará do pleito em coligação com o PCB; Salvador entra na disputa com o atual presidente municipal do partido, Fábio Nogueira, com aliança com a Rede e o PPL; no Recife, o PSOL disputará a prefeitura municipal sozinho, com o deputado estadual Edilson Silva; já em Natal, o professor universitário Robério Paulino encabeça a chapa. Na região Sul, outra capital em que o PSOL entra na disputa com um bom desempenho é Florianópolis, com Elson Pereira, em coligação com a Rede e o PV. No Centro Oeste, Cuiabá é a capital onde o PSOL também aparece na preferência do eleitorado, tendo o Procurador Mauro como candidato.
Fora das capitais, o PSOL também aparece como uma alternativa viável em pelos quatro cidades de peso: Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro, com o deputado federal Glauber Braga, numa aliança com PCB, PPL e PCdoB; Niterói, região metropolitana do estado fluminense, representado pelo deputado estadual Flávio Serafini, ao lado do PCB; Sorocaba, no interior paulista, onde o candidato Raul Marcelo, deputado estadual, aparece em primeiro lugar na pesquisa de intenção de votos; e Santarém, oeste paraense, com Márcio Pinto, numa coligação com a Rede e o PCdoB.
Entre cidades pequenas, importante destacar o enraizamento do PSOL em locais como Itaocara-RJ, onde o atual prefeito Gelsimar Gonzaga disputará a reeleição, com fortes chances de ganhar; e Janduís, no Rio Grande do Norte, com José Bezerra encabeçando a chapa e liderando as pesquisas.
O presidente nacional do partido, Luiz Araújo, explica que a reunião do Diretório Nacional referendou essas e outras candidaturas, mantendo a diretriz partidária que preserva a identidade, o programa e a tradição de luta do partido, sem produzir isolamentos diante do eleitorado de esquerda. Para ele “o partido começa a se tornar um polo aglutinador do sentimento de mudança existente na sociedade brasileira. Por isso mesmo a prioridade do partido é dialogar com todos os setores que estão lutando contra o golpe institucional e a tentativa de retirada de direitos promovida por Temer e, ao mesmo tempo, vai se apresentar como a possibilidade de reconstrução da possibilidade da esquerda governar sem cair nos vícios do último período”.