Por Luiz Araújo
No dia 23 de junho a Assembléia Legislativa de São Paulo aprovou Projeto de Lei Complementar de iniciativa do executivo que oficializa a rotatividade dos professores nas escolas.
As propostas do governador José Serra (PSDB) criam 80 mil cargos e fixa o prazo de dois anos para atuação de temporários (hoje não há limite). Após o período, o docente ficará ao menos um ano fora da rede.
Além disso o governo criou um instrumento absurdo. Depois de se submeterem a provas escritas e prova de títulos e serem efetivados, os concursados terão de fazer outra prova. Os reprovados irão para ações de apoio (salas de leitura, por exemplo).
As bancadas do PT, PSOL e PC do B criticaram principalmente a proposta de limitação de prazo para os temporários, por entender que a prática agora ficou “oficializada”.
O próprio governo admite que o número de temporários prejudica o ensino, pois os temporários não passaram por seleção e não têm estabilidade.
O site da APEOESP sintetizou bem as intenções governamentais:
“Desde o momento em que os projetos do governo foram anunciados, os professores mobilizaram-se denunciando que o PLC 19 institucionaliza a rotatividade dos professores (ao impor uma quarentena de 200 dias entre uma contratação e outra), precariza ainda mais os direitos dos novos temporários e não oferecia perspectiva de realização periódica de concursos para reduzir, a níveis aceitáveis, o elevadíssimo número de professores temporários na rede estadual de ensino: este quadro compromete a qualidade do ensino. Ao mesmo tempo, a Diretoria da APEOESP denunciou o PLC 20 por criar uma nova etapa no concurso público, após a prova inicial e apresentação de títulos, submetendo os aprovados a nova avaliação depois de um cursinho de quatro meses. A prova do concurso público já é suficiente para avaliar a capacidade do professor e a formação deve ser continuada, em serviço e no local de trabalho, durante toda a carreira”.
Fonte: Blog do Luiz Araújo http://rluizaraujo.blogspot.com/