Essa semana a greve dos professores da rede estadual, que já dura 57 dias, contou com novos capítulos envolvendo agora o poder judiciário. Após a truculência do governo de realizar o corte do pagamento, descontando os dias parados, a Apeoesp – sindicato da categoria, conseguiu liminar que proíbe o desconto nos salários até o julgamento de legalidade ou não da greve.
O governo paulista usa de todos os artifícios para enfraquecer o movimento e deslegitimar a luta dos docentes. Mesmo dizendo aos quatro ventos que “não há greve de professores”, toma medidas que penalizam e atentam contra a manutenção das condições de sobrevivência dos professores em luta.
A reivindicação da categoria é justa e necessária. A valorização salarial, no estado mais rico do país, se faz urgente. Educação pública de qualidade se faz com melhores salários e melhores condições de trabalho, e para esses dois pontos a Secretaria Estadual de Educação não apresenta nenhuma proposta.
As declarações realizadas ontem pelo Secretário de educação e por Geraldo Alckmin são inaceitáveis. Com a realização de audiência pública no tribunal de justiça com resultado inconclusivo, esperamos e cobramos do governador que pague imediatamente os professores descontados e que dialogue com a categoria e se manifeste, ainda que tardiamente, com propostas concretas de melhorias para a educação pública do estado. Vale lembrar que no início desse ano, os 25 secretários do governador tiveram seus salários reajustados em 17,8%, e o governador e seu vice em 4,7% , mostrando que para legislar em causa própria, sempre há dinheiro.
Todo nosso apoio aos bravos professores que tem mantido o movimento de greve. Parabéns pela coragem e demonstração de resistência em defesa da escola pública, gratuita, laica e de qualidade para todos!