As dez maiores empresas que mais doaram na campanha eleitoral elegeram 360 deputados, ou seja, 70% da Câmara Federal. Sete em cada dez deputados receberam recursos de pelo menos uma dessas empresas.
Já existia na Câmara dos Deputados a bancada ruralista, do fundamentalismo religioso, a bancada da bala, a bancada da bola (cartolas), etc.
Agora, com a contribuição das dez mais, novas denominações aparecem, não menos nocivas ao interesse público. Vale a pena mapear a influência que terão estas empresas e a bancada por ela financiada.
É evidente que deputados eleitos receberam, às vezes de várias empresas. Ou seja, têm rabo preso com muitas financiadoras. Por aí vale se perguntar: qual é a independência do poder legislativo frente ao poder econômico?
Querem nos fazer acreditar que as doações empresariais foram feitas não por interesse, mas por espírito republicano. Não por esperar retribuição futura e subserviência dos deputados aos financiadores, mas para ajudar o Brasil a acabar com a corrupção. Não é mesmo?
Pior ainda é a postura dos grandes meios de comunicação de massa. Ávidos para denunciar a corrupção, mas defendem o financiamento privado da qual, também, são beneficiários. As CPIs são sempre para punir corruptos. Corruptores, ou seja, dirigentes empresariais são sempre esquecidos. E o Brasil gira em círculos.
Há quase um ano o STF julga ação da OAB para acabar com o financiamento empresarial das campanhas, questionando a constitucionalidade da interferência do poder econômico. Sete ministros já votaram. O placar está 6×1 a favor da ação da OAB. O ministro Gilmar Mendes pediu vistas há 8 meses, impedindo que o dispositivo fosse válido para este ano. Até agora, continua sentado em cima do processo, num voto que todos já sabem qual é. Na Câmara Federal, a maioria parlamentar, a favor do financiamento privado, procura formas de impedir a votação final no Supremo, com alguma propositura parlamentar, disfarçada de reforma política.
É preciso acabar com essa vergonha que é a brutal interferência do dinheiro nas eleições. Para isso a ação imediata e rápida é exigir a conclusão da votação no STF.
Da página do deputado Ivan Valente no Facebook